Cerca de 100 moradores da região da Baixada do Massiambu, em Palhoça, região incluída na Área de Proteção Ambiental do Entorno Costeiro, criticaram a aprovação do projeto de redefinição dos limites do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, que foi baseado em proposta do Movimento de Recategorização do parque. Eles afirmam que as mudanças favorecerão apenas empresários.
– O projeto não beneficiará os moradores. A proposta inicial da Fatma era desanexar a nossa comunidade da área do parque. Agora estamos incluídos numa Área de Proteção Ambiental – lamentou a vice-presidente das Entidades da Baixada do Massiambu, Cristiane Maria Côrrea.
A especulação imobiliária é confirmada pelo gerente de vendas da imobiliária Brognoli, Marcos Alcauza. De acordo com ele, dois movimentos são observados nas áreas de entorno do parque, como o aumento de casas irregulares e o investimento em novos empreendimentos.
– Em função da natureza, muitas construções com temáticas ecológicas, como condomínios de chácaras rurais e pousadas com proposta de turismo ecológico, estão se instalando na região – afirmou.
O projeto da Fatma, entregue à Assembleia um mês antes do projeto do Movimento de Recategorização, não previa a mudança de categoria de nenhuma porção do parque, mas dava novos limites a áreas consideradas prioritárias por nelas existirem núcleos urbanos.
O estudo foi elaborado dentro do Programa de Proteção à Mata Atlântica, a pedido do Fórum Parlamentar do parque e com acompanhamento do Ministério Público, que deve questionar na Justiça o projeto aprovado ontem. No ano passado, o Ministério Público, manifestou-se contrário ao projeto, tido como inconstitucional.
– A questão ambiental e do desenvolvimento sustentável deve ser vista a partir da gestão de conflito de interesses, entre o setor produtivo e o ecológico. No caso do parque faltou colocar estes interesses claramente e também faltou diálogo entre as partes. Minha intenção agora é fortalecer o parque e ter cuidado com a área de entorno – afirmou o presidente da Fatma, Murilo Flores.
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Diário Catarinense, 05/03/2009)