Ao participar nesta quinta-feira (12/07), em Salvador, da cerimônia de assinatura de acordos entre os governos federal, da Bahia e prefeituras para realização de obras de saneamento e urbanização em 21 municípios no estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a destacar a importância do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em áreas estratégicas do país e para estimular o desenvolvimento.
Em seu discurso, Lula explicou que num primeiro momento o governo está se preocupando em destinar recursos para as áreas de saneamento básico, porque no país, historicamente, os administradores "nunca" gostaram de investir neste setor.
"Saneamento não é uma obra que as pessoas gostam de fazer, porque quando você enterra um cano, ele fica debaixo da terra, e aí você não tem como colocar nome de um parente para homenagear como você faz uma ponte. De 1998 a 2001, não se investiu praticamente nada em saneamento básico no Brasil".
O presidente voltou a pedir aos prefeitos e governadores dos estados em que já foi lançado o PAC Saneamento e Urbanização para que iniciem logo a execução das obras.
Para o estado da Bahia, o governo federal anunciou nesta quinta-feira (12/07) R$ 1,36 bilhão. Deste total, R$ 1,2 bilhão sairão do governo federal e R$ 163,6 milhões de contrapartidas do estado e dos municípios.
O presidente rebateu críticas da oposição quanto ao critério de distribuição de recursos do PAC. Afirmou que a liberação dos recursos não foi político-partidário ou político religioso. "O critério que nós escolhemos é que os mais graves problemas sociais deste país estão nas grandes cidades brasileiras, sobretudo nas regiões metropolitanas", disse.
Assim como fez no Recife, o presidente também criticou alguns movimentos grevistas no estado da Bahia. "Vocês sabem que eu jamais serei contra greve, porque fiz a primeira greve depois do regime militar. Agora, é preciso que a greve não perca a racionalidade. As pessoas não podem querer que alguém que só tenha seis meses de governo, que está ainda montando a máquina, seja obrigado a ter condições de recuperar os prejuízos que as pessoas tiveram durante anos quando a direita governava esse estado, esse município e esse país", disse Lula, ao sair em defesa do governador da Bahia, o petista Jaques Wagner.
Ao governador da Bahia, o presidente Lula também deixou um recado: "Não abaixe a cabeça. Levante a cabeça e lute porque o jogo é duro. A política do Brasil é dura. Aqueles que perdem, querem se vingar o tempo inteiro daqueles que ganharam. Só que eles não sabem que eu já estou calejado para enfrentar isso. Essas costas aqui tem muita chibatada. Wagner, um conselho de companheiro, brigue sempre com quem você quiser brigar, mas não perca nunca a sua referência, que é o povo humilde'".
O PAC Saneamento/Habitação vai atender 700 mil famílias no estado da Bahia. Estão previstas obras de ampliação dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário da região metropolitana de Salvador, despoluição da Baia de Todos os Santos, com recuperação de mananciais; erradicação de palafitas, remoção de moradias em áreas de risco e revitalização do Rio São Francisco.
(Por Ana Paula Marra, Agência Brasil, 12/07/2007)