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parque nacional das emas contaminação com agrotóxicos
2007-07-12
No Parque Nacional das Emas, em Goiás, aves da família Caprimulgidae apresentam contaminação pelo endossulfam, um agrotóxico muito usado nas fazendas vizinhas ao Parque que cultivam milho, algodão e soja. Uma das espécies estudadas, conhecida como bacurau-do-rabo-branco (Eleothreptus candicans), é rara, endêmica e está na Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção.

“Porém, para determinar quais as conseqüências para a saúde destas aves serão necessários estudos mais aprofundados”, ressalta o autor da pesquisa, o médico veterinário Sady Alexis Chavauty Valdes. Segundo ele, a causa da contaminação encontrada é alimentar, pela ingestão de insetos atingidos pelo agrotóxico durante a aplicação do produto nas lavouras. Valdes pesquisou o tema em seu doutorado, apresentado em maio deste ano ao Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da USP em Piracicaba.

O Parque Nacional das Emas fica na região Sudoeste de Goiás, na divisa com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em uma área de cerca de 131.800 hectares, configurando-se como uma Unidade de Conservação isolada em meio a latifúndios agrícolas. Em 2001, o Parque foi incluído na lista de Patrimônios Naturais da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Coleta e resultados
Entre novembro de 2004 e novembro de 2006, o veterinário viajou até o Parque e capturou 157 aves da Família Caprimulgidae, sendo 109 bacuraus-do-rabo-branco. A captura aconteceu à noite — horário de alimentação das aves —, e em vários pontos do Parque. O veterinário colheu o conteúdo digestivo dos pássaros, congelou o material e trouxe para analisar em São Paulo. Os animais foram soltos em seguida.

Nas cidades próximas ao Parque, como Mineiros e Chapadão do Céu (GO), e Costa Rica (MS), Valdes pesquisou nas revendedoras de agrotóxicos quais eram os produtos mais comercializados e selecionou para o estudo o endossulfam, o monocrotofós e o parationa-metílica (metilparation). A análise desses produtos no conteúdo digestivo indicou que, das 157 amostras, 119 estavam contaminadas com o endossulfam, 1 com o metilparation e nenhuma com monocrotofós.

Recomendações
As aves contaminadas por endossulfam foram encontradas em locais distantes até 15 quilômetros das fazendas onde o produto foi aplicado. Sobre o monocrotofós e o metilparation, o pesquisador pondera sobre a necessidade de novas pesquisas que utilizem técnicas mais apuradas de detecção desses produtos.

“Seria necessário fazer um monitoramento permanente dessas aves, além de usar espécies não-ameaçadas de extinção como indicadores da contaminação ambiental, para avaliar se mudanças na política de utilização de agrotóxicos no entorno do Parque reduziriam o grau de contaminação encontrado", recomenda. O pesquisador destaca a participação da comunidade local na pesquisa, com o intuito de discutir o uso de agrotóxico no entorno do Parque. “Alunos e professores das escolas locais puderam participar do projeto, assistindo as nossas palestras e visitando o Parque, para acompanhar a captura e soltura das aves”, afirma.
Valdes contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Fundo Nacional do Meio Ambiente.

Mais informações: (0XX19) 3432-8854 ou e-mail sadyzola@usp.br, com Sady Valdes. Pesquisa orientada pelo professor Valdemar Luiz Tornisielo  
 
 (Por Valéria Dias, Agência de Notícias USP, 11/07/2007) 

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