As investigaçőes sobre o assassinato do ambientalista Antônio Conceiçăo Reis, 44 anos, conhecido como Antônio Nativo, morto a tiros no bairro de Itapuă, segunda-feira pela manhă, serăo acompanhadas pelo Ministério Público a pedido do delegado-chefe, Joăo Laranjeira. A decisăo foi tomada anteontem, devido ŕ suspeita de envolvimento de policiais no crime. A coordenadora do Grupo de Atuaçăo Especial para Controle Externo da Atividade Policial, promotora Izabel Adelaide, será a representante do MP no caso.
Laranjeira năo descarta a hipótese, mas também năo acredita que o assassinato tenha tido a participaçăo dos agentes denunciados pelo ativista em janeiro deste ano, na Corregedoria da Polícia Civil, acusados de terem invadido sua casa e agido de forma truculenta durante uma operaçăo de repressăo ao tráfico de drogas no bairro, realizada pelo Centro de Operaçőes Especiais (COE) e Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE). Para ele, seria um “atestado de culpa” se os agentes agissem de tal forma, justamente no dia em que o ambientalista faria o reconhecimento dos acusados.
Mas, embora a comerciante Eliane Sampaio Silva Reis, 46, mulher de Antônio, tenha afirmado que o marido faria o reconhecimento, a delegada Regina Célia Sampaio afirmou que o ambientalista já tinha comunicado que queria desistir da denúncia e que no dia em que morreu iria ŕ Corregedoria apenas para assinar um termo oficializando sua decisăo.
Ŕ frente do inquérito que apura o crime, a delegada titular da 12ŞDP (Itapuă), Francineide Moura, afirmou que das seis queixas registradas por Antônio na unidade, apenas uma, a do dia 27 de fevereiro deste ano, refere-se a um bilhete anônimo, deixado na porta de sua casa com a seguinte mensagem: “Se prepare que vocę vai morrer até a próxima Quarta-feira de Cinzas Nativo, ok?”.
(Correio da Bahia, 12/07/2007)