O chanceler boliviano, David Choquehuanca, solicitou nesta quarta-feira (11/07) a seu colega brasileiro, Celso Amorim, uma reunião, "o mais cedo possível", para discutir a autorização ambiental concedida para a construção de duas hidrelétricas no rio Madeira.
"Enviamos uma nota pedindo uma reunião ao chanceler Amorim, o mais cedo possível", informou o ministro, após tomar conhecimento da decisão do Ibama de conceder uma licença prévia para a construção das hidroelétricas no Madeira.
Segundo Choquehuanca, a situação "é preocupante", porque "não há os estudos de impacto ambiental" necessários para se dizer precisamente o que ocorrerá com a flora e a fauna no lado boliviano.
O chanceler manifestou seu temor de que as represas provoquem "um sem-fim de impactos" ambientais, como "perda de vegetação, erosão, deslizamentos de terra, inundações, extinção de espécies aquáticas e aumento das doenças tropicais, como malária, dengue e febre hemorrágica, entre outras".
"A elevação do nível da água pode inviabilizar ainda projetos de desenvolvimento no território boliviano", disse o ministro. Para Choquehuanca, a reunião solicitada servirá para analisar a decisão do Ibama, esclarecer as dúvidas bolivianas e afastar os atuais temores.
A construção das hidrelétricas de Santo Antônio, de 3.150 MW, e Jirau, de 3.300 MW, é um dos principais projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O Ibama concedeu a licença prévia para as duas usinas hidrelétricas do rio Madeira (RO), porém, estabeleceu 33 condicionantes ao empreendedor para que o processo seja finalizado.
Entre as condicionantes estão, por exemplo, a criação de programas para acompanhamento da sedimentação, medição periódica da concentração de mercúrio e acompanhamento do período de reprodução dos peixes. Segundo o presidente do Ibama, Bazileu Margarido, tais ações irão minimizar o impacto ambiental das construções, inerentes a qualquer obra desse porte.
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France Presse / Folha Online, 11/07/2007)