Ao lembrar o biênio 2001-2002, período dos apagões elétricos de sérias conseqüências para o País, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e 2004, quando a combinação de crescimento econômico, falta de investimentos em infra-estrutura e menor volume de chuvas levou a Argentina ao racionamento de energia, o deputado Fernando Melo (PT-AC) saudou ontem a aprovação do licenciamento ambiental para as usinas hidrelétricas do Rio Madeira. "Somos privilegiados: temos seca até na Amazônia, mas o regime de chuvas em nossa região é intenso e favorável ao funcionamento de usinas hidrelétricas", comentou, em discurso no plenário da Câmara.
Para o deputado do Acre, os indicadores do crescimento brasileiro demonstram, "a cada dia e cada vez mais", que o Brasil pode prescindir da produção energética. "A Amazônia oferece a sua contribuição para que esse crescimento seja permanente e sustentável", disse. Entusiasmado, ele afirmou que não faltam profissionais gabaritados no Brasil, capazes de fiscalizar a bom termo a construção de hidrelétricas. "São pessoas já alertadas sobre falhas e avanços ocorridos em obras anteriores, na própria Amazônia; as lições do passado devem ser levadas em consideração para que não se repitam, caso não tomarmos todos os cuidados necessários", observou.
O deputado enalteceu o trabalho do Ibama, de organizações não-governamentais e da Furnas Centrais Elétricas, da Construtora Norberto Odebrecht, assinalando que depois de um longo período de estudos setoriais resultou um consenso entre especialistas do Ministério do Meio Ambiente, a Ministra Marina Silva e a exigência do Presidente Lula para que fossem postos os "pingos nos is" na consolidação de programas do setor energético. Para Melo, esse fator consolida a contribuição da Amazônia ao Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC).
Melo disse que a Amazônia e o País "dormiram ontem felizes com a notícia que põe fim à possibilidade de um apagão ainda nesta década". Lembrou que as usinas vão beneficiar o Estado do Acre, especialmente o comércio, a indústria e os consumidores residenciais, dependentes do fortalecimento de um linhão energético com folga de distribuição. (Agência Amazônia).
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Página 20, 11/07/2007)