O comerciante Jaílton Nascimento, dono do restaurante Cantinho do Curuca e do Violeta Meaípe Hotel, não teme a fiscalização do Ibama, da prefeitura de Guarapari, nem do Iema. Tampouco se intimida com ações das polícias Civil, Militar e Federal. Nem com os ministérios públicos Federal e Estadual: está construindo sua terceira ponte no mangue.
Curuca, como é conhecido o comerciante, "já construiu as cabeceiras da sua terceira ponte sobre o rio Meaípe", cujas bases são lançadas sobre o manguezal, denuncia membro da Comissão de Meio Ambiente da Associação de Moradores de Meaípe.
A ponte "servirá de passarela para seus futuros hóspedes do Violeta Meaípe Hotel, também de propriedade dele que fica nos fundos do restaurante Cantinho do Curuca", diz o membro da comissão.
Sua construção vem causando indignação. É que os moradores denunciaram a construção da segunda ponte de Curuca a todos os órgãos com responsabilidade de proteger a natureza. Tanto da prefeitura de Guarapari, como do governo estadual e federal.
"A construção da segunda ponte foi autuada pelo Ibama, e remetida ao Ministério Público Federal. O Curuca desrespeitou o embargo e concluiu a obra. A construção dessa terceira ponte já foi comunicada, no dia 9 deste mês, ao Ministério Público Estadual, sob nº 1156 (o 0800, do MPE) e feita comunicação a Promotoria titular do Meio ambiente no dia 10 deste mês", relata o membro da Comissão de Meio Ambiente da Associação dos Moradores de Meaípe.
Mas não é só. Diz a fonte: "Também comunicamos a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (à secretária-adjunta, srª Aracy) que se disse estarrecida com a audácia do infrator".
Mas nada pára Jaílton Nascimento. "Se já denunciamos o comerciante ao Ibama, ao Iema, ao MPE e ao MPF, de onde vem tanto poder para que ele permaneça impune. Para que faça novas obras?", indaga o membro da Comissão. E fulmina: "quem lhe dá costas quentes?".
Não é só Jaílton Nascimento, dono do restaurante Cantinho do Curuca, que agride a natureza em Meaípe, destruindo o pouco que resta do manguezal da foz do rio, e o próprio rio.
O membro da Comissão de Meio Ambiente da Associação dos Moradores do balneário, cita os outros infratores: "são os proprietários do Multiplace Mais, do Hotel da Léa e Hotel Gaeta, alem do comerciante Élio Virgílio Pimentel (pontes sobre o rio Meaípe, e o Multiplace Mais, um imóvel também em cima do rio)".
Há ainda a luta dos moradores para salvar a Ponta de Meaípe. Nesse local houve um incêndio nesta terça-feira (10), às 13 horas. "Desconfia-se que foi criminoso. O incêndio exigiu o comparecimento do Corpo de Bombeiros", diz a fonte. A Ponta de Meaípe vem sendo ocupada e destruída pelo comerciante Sebastião Canal, do ramo imobiliário, e por Rafael Fassarela. A região é protegida por legislação federal, estadual e municipal.
(Por Ubervalter Coimbra,
Século Diário, 11/07)