O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou nesta quarta-feira (11/07), que o Irã está disposto a dialogar com a comunidade internacional para fazer com que "as ambigüidades" desapareçam, mas advertiu que "estão errados aqueles que acreditam que renunciará" a seus direitos nucleares. "O processo de instalações das centrífugas pode ser acelerado ou desacelerado, mas que ninguém acredite que frearemos nossa atividade neste campo", disse Ahmadinejad em Teerã. A resposta ao diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamad ElBaradei, surge no mesmo dia em que uma equipe nuclear da ONU visita o país para esclarecer o programa nuclear iraniano.
Na última semana, ElBaradei assegurou que Teerã freou seu programa de enriquecimento de urânio, embora não tenha suspendido o projeto, como exige a comunidade internacional. Nesta quarta-feira, o Irã ofereceu-se para elaborar um "plano de ação" a fim de lidar com as suspeitas de que seu programa nuclear tenha fins militares. Teerã insiste que o objetivo do programa é puramente civil, mas enfrenta a possibilidade de mais sanções por não conseguir convencer as potências mundiais sobre isso. O presidente Mahmoud Ahmadinejad reiterou que o país continuará seu trabalho atômico. "O processo de instalação (de centrífugas) pode diminuir ou aumentar...mas ninguém deve esperar que vamos desistir de nossos direitos e interromper o processo", disse ele, segundo a agência de notícias oficial Irna.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, declarou que a oferta iraniana de transparência combinada com uma desacelaração do enriquecimento de urânio aumentou as esperanças de acabar com o impasse com o país. Olli Heinonen, vice-diretor da AIEA, está à frente da delegação no Irã e deve se encontrar com o principal negociador nuclear do país, Ali Larijani, e seu vice, Javad Vaeedi. O Conselho de Segurança da ONU já impôs duas séries de sanções contra o Irã desde dezembro, porque o país descumpriu exigências de parar de enriquecer urânio - a parte do programa nuclear que mais preocupa o Ocidente, já que pode produzir combustível para usinas ou material para bombas.
O temor de novas sanções contra o país refletiram na distribuição de combustível, cujo racionamento foi iniciado no final de junho. Apesar de abrigar grandes reservas de petróleo, o Irã não tem capacidade de refino suficiente e é obrigado a importar cerca de 40% do combustível que consome. Além disso, a gasolina no Irã é altamente subsidiada e vendida por cerca de um quinto do seu valor real. Dessa forma, o governo teme que os países ocidentais decidam impor sanções sobre as importações de petróleo do Irã, prejudicando sua economia.
(Efe e Reuters, 11/07/2007)