O governo do Canadá anunciou planos de investir cerca de US$ 3 bilhões em pelo menos seis navios patrulha e um porto em mar aberto, na tentativa de proteger águas consideradas territoriais pelo país no oceano Ártico. No entanto, outros países, entre eles os Estados Unidos, alegam que as águas, que cobrem uma região aparentemente rica em gás natural e petróleo, são internacionais.
Desde o fim da Guerra Fria, a reduzida guarda costeira e as modestas Forças Armadas do Canadá realizaram poucas patrulhas na sua costa norte. Agora, o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, afirma que chegou a hora de o país reafirmar o seu direito sobre as águas ao norte do país. Em uma cerimônia militar, o primeiro-ministro prometeu construir pelo menos seis navios quebra-gelo para patrulhar a região.
O governo canadense espera que a presença dessas embarcações no oceano Ártico sirva como sinal para outros países de que o Canadá considera suas aquelas águas. A disputa tem fortes motivos econômicos. Acredita-se que o subsolo submarino guarde ricas reservas de petróleo, gás natural e diamantes.
Além disso, há a questão da Passagem Noroeste, a travessia norte entre o oceano Atlântico e o Pacífico procurada há séculos por navegantes. Com o aquecimento global, essa importante rota mercante pode se tornar viável e lucrativa. E o primeiro-ministro do Canadá quer começar a garantir que o país possa usufruir desses benefícios.
(BBC, 10/07/2007)