Cerca de 140 pessoas das comunidades ribeirinhas de Morada Verde, Cohab e Vila Nova foram atingidas pela elevação do rio Paranhana em 15 metros acima do seu leito normal no município de Igrejinha, a 83 quilômetros de Porto Alegre. Segundo moradores, a chuva teria atingido com mais intensidade a cidade entre as 19h de segunda-feira e o início da manhã de ontem.
A força do temporal deixou em alerta Elisete Vallim, de 24 anos, o marido e o filho, de 6, residentes de Morada Verde. 'Nossa casa balançava com o vento. A gente sabia que o arroio, nos fundos do terreno, vinha subindo. Por volta das 21h, o piso estava encharcado. Não demorou 15 minutos para a água tapar meu joelho', relatou a dona de casa. Elisete não teve tempo de salvar a mobília e os eletrodomésticos.
A força do Paranhana represou o arroio Sanga-Funda, que transbordou e inundou outras residências da localidade. Vizinho de Elisete, o operário João Carlos dos Santos, de 25 anos, disse que precisou deixar o trabalho na manhã de ontem para auxiliar o pai em casa, temendo uma nova subida do rio. 'A gente sofre para comprar as coisas. Aí vem uma enchente e leva tudo', desabafou Santos.
O secretário municipal de Saúde e Assistência Social, Vanderlei Petry, lembrou ontem que Igrejinha não registrava uma inundação significativa do Paranhana desde 1982. Ao todo, foram 35 casas atingidas. Segundo Petry, o problema não foi maior pela contribuição de habitantes com roupas, colchões e alimentos. O secretário teme que o acúmulo de água nas três localidades possa aumentar os casos de leptospirose e hepatite.
Em Igrejinha, os desabrigados foram instalados em associações de bairros e postos de saúde. Em Parobé, banhada pelo Paranhana, cerca de 60 pessoas foram acolhidas em ginásio municipal.
(Por Maurício Boff,
CP, 11/07/2007)