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seca e estiagem queimadas amazônia
2007-07-11
Pesquisador do Inpe afirma que faltam estudos sobre os impactos das mudanças climáticas e um mapa de vulnerabilidade em escala nacional


O pesquisador Carlos Nobre, do Inpe, disse terça-feira (10/07), durante conferência na Reunião Anual da SBPC, em Belém, que o Brasil, no tocante às mudanças climáticas globais, deve buscar um balanço apropriado entre mitigação das emissões de CO2 e aumento da capacidade de adaptação, mas ponderou que faltam estudos sobre os impactos das mudanças e um mapa de vulnerabilidade em escala nacional.

Nobre, que participou como conferencista do tema "Mudanças climáticas e o Brasil: mitigação ou adapatação?", acredita que é posssível o país mitigar as emissões de gases de efeito estufa advindas dos desmatamentos das florestas tropicais. Ao ser questionado sobre o alerta de outros pesquisadores, segundo os quais o sudoeste da Amazônia possui 400 mil hectares de florestas que foram afetados pelo megaincêndio de 2005 e que se encontram mais suscetíveis ao fogo durante a estiagem deste ano, Nobre disse que vários estudos de simulação mostram uma tendência de que as secas no sudoeste da Amazônia vão aumentar de frequência.

"A situação no oceano Atlântico, que permitiu a intensidade da seca há dois anos, vai se repetir mais vezes, mas ainda não sabemos dizer quando. Os modelos matemáticos do clima futuro mostram situações acontecendo mais vezes, assim como a ocorrência de "El Niños" mais intensos", disse o pesquisador. Ele observou que trata-se de mais uma preocupação para uma região onde secas intensas eram muito raras. "No norte e leste da Amazônia a ecologia se desenvolveu mais adaptada a essa sazonalidade com mais seca, o que é bem diferente do oeste".

O pesquisador disse que uma medida mitigadora óbvia seria a agricultura e a pecuária da Amazônia abrirem mão do fogo. "Conforme aumenta a intensidade das secas, a resiliência do ecossistema natural diminui. Esse é um sistema que, ao contrário do cerrado, não evoluiu com fogo. A melhor mitigação na Amazônia é não usar a agricultura e a pecuária modernas com fogo, para evitar que o fogo passe para a floresta".

Carlos Nobre disse que os pequenos produtores rurais, responsáveis pela maioria das queimadas na região, podem obter rentabilidade com o uso de técnicas modernas. "O modelo agrícola em diversas partes do mundo é o modelo da agricultura familiar extremamente rentável. No Brasil, temos que caminhar nessa direção", acrescentou.

Ele citou a Embrapa de Belém, que desenvolveu um método de plantio sem o uso das queimadas. "O fogo está arraigado em todas as culturas da zona tropical do planeta. Mas essas culturas têm que ser ajustadas à ciência e à tecnologia" defende. No entendimento dele, o governo tem que desempenhar o papel de indutor e facilitador, para que o pequeno agricultor deixe de usar o fogo. "Para o futuro, com um planeta mais quente e secas mais intensas, é muito importante deixar de ser usado fogo na agricultura brasileira e não apenas na agricultura da Amazônia".

Ao se referir às dimensões éticas das mudanças ambientais globais, Carlos Nobre defende que há uma questão de ética e justiça, isto é, as pessoas que vão sofrer as conseqüências mais graves das mudanças são aquelas que menos contribuiram ao problema. "As mudanças ambientais não podem ser separadas de questões de desenvolvimento", assinalou.

Segundo Nobre, os principais impactos esperados em relação às mudanças climáticas no Brasil são o aumento na freqüência e/ou intensidade de eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor, tempestades severas, inundações, enxurradas, vendavais, secas prolongadas. "E na Amazônia haverá perdas nos ecossistemas e biodiversidade, mais eventos extremos de chuva e secas, baixos níveis dos rios, condições favoráveis para mais queimadas, impactos na saúde e economia" explica.

(Por Altino Machado, Amazonia.org.br, 10/07/2007)

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