A estiagem que chegou mais cedo à região Centro-Oeste do Brasil provocou um aumento no número de queimadas. Um quarto dos focos de incêndio registrados em todo o Brasil está em Mato Grosso.
Enfrentar a densa cortina de fumaça à beira das rodovias de Mato Grosso já é rotina para os motoristas.
Para um agricultor, mais difícil é lidar com o fogo amigo. O incêndio que consumiu 700 hectares da lavoura de milho foi causado por uma faísca que saiu do trator do vizinho, que ajudou a apagar o incêndio e prometeu compensar o produtor pelas perdas. No campo, prejuízo. Nas cidades, incômodo.
O número de queimadas em Mato Grosso aumentou 34% em relação ao mesmo período do ano passado. Elas são a principal origem dos focos de calor detectados pelos satélites de monitoramento.
O estado concentra 25% das ocorrências em todo o país e se o agravamento da situação se deve à chegada antecipada do período de seca, a maior parte dos incêndios está ligada à limpeza de áreas para pastagens e plantio de cana-de-açúcar.
Numa propriedade em Lucas do Rio Verde, o produtor teve que usar o trator para isolar a lavoura da área queimada.
Quanto mais baixa a umidade do ar, maior tem que ser a vigilância. Os brigadistas sabem que, nos períodos mais secos, as folhas e o capim do cerrado viram material inflamável. Com a vegetação nestas condições, até mesmo um simples toco de cigarro pode provocar um grande incêndio.
Os parques nacionais no estado correm grande risco: quase meio milhão de hectares, protegidos por apenas 69 brigadistas do Ibama. Um alvo gigante dos incêndios criminosos.
"A baixa umidade seca muito a vegetação e quando seca a vegetação o fogo prolifera muito mais rápido. Um descuido pode causar grandes tragédias e grandes impactos ambientais no parque", disse o brigadista Bruno Lintomen.
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G1, 10/07/2007)