A cotação do boi não pára de subir e bateu recorde no Rio Grande do Sul. Desde janeiro deste ano, a elevação foi de 14,2%, chegando a R 2,25 no mês de julho, conforme a Scot Consultoria. A escassez de matéria-prima é o principal componente para este cenário que provoca ociosidade nas indústrias e encarece o preço nas gôndolas.
Um levantamento semanal feito em diversas regiões pelo Sindicato da Indústria de Carnes do Rio Grande do Sul (Sicadergs) aponta que o valor médio do quilo vivo oscila entre R 2,30 e R 2,40. Bom para os pecuaristas que tem produto e ruim para o consumidor gaúcho.
Segundo a Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas), o valor médio do quilo da costela, por exemplo, subiu 25% desde julho de 2006, chegando a R 5,99 no último dia 5. E a previsão é de novos reajustes. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Estado (Sindicarne), Marcos Lunardelli, a carne com osso chegará ao varejo até R 0,30 mais cara na próxima semana.
- A tendência é de que os preços continuem subindo.
O diretor executivo do Sicadergs, Zilmar Moussalle, garante que a ociosidade é de até 80% em alguns frigoríficos. Com capacidade para abater 3,5 milhões de cabeças por ano, o sindicato estima que saíram das linhas de produção no máximo 1,7 milhão de cabeças neste ano.
O consultor Fabiano Rosa, da Scot Consultoria, explica que o fenômeno é nacional, mas enfatiza que no caso do Rio Grande do Sul fatores adicionais como duas secas consecutivas, exportações de gado em pé para o Líbano e abate elevado de fêmeas tornaram os reflexos mais acentuados.
O coordenador da Comissão de Bovinocultura de Corte da Farsul, Carlos Simm, acredita que a cadeia produtiva pode ter um melhor planejamento para evitar os reflexos do repetitivo ciclo pecuário.
(Por Patricia Meira,
ZH, 11/07/2007)