O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ennio Candotti, defendeu ontem (10/07) , em mesa-redonda com parlamentares, durante o 59º encontro da entidade, em Belém, a incorporação do conhecimento popular tradicional ao processo de produção do conhecimento na Amazônia. Ele alertou para a necessidade de se estabelecerem mecanismos de proteção e estímulo a esse tipo de conhecimento. O uso desse conhecimento, aliado à pesquisa científica, segundo ele, permitirá que se defina com maior clareza o que se deve preservar e o que pode ser usado economicamente, sem prejudicar a natureza, na região amazônica.
Candotti lembrou aos parlamentares que a pesquisa científica na Amazônia, como em grande parte do País, enfrenta problemas graves de falta de recursos, o que acaba prejudicando o desenvolvimento do setor. Ele cita, como exemplo, o pequeno número de universidades, mestres e doutores na região.
Já o reitor da Universidade Federal do Pará, Alex Fiúza, pediu aos parlamentares a inclusão no Orçamento de recursos para a realização de novos concursos na Amazônia. Ele argumentou que as autoridades governamentais precisam entender que a Amazônia pode gerar conhecimento e riqueza não somente para a região, mas para todo o País.
Desconcentração de investimentosO secretário de Ciência e Tecnologia do Amazonas fez um alerta aos parlamentares para que as leis de incentivo para o setor não fiquem concentradas nos dois maiores estados da região - Amazonas e Pará -, o que repetiria regionalmente as distorções do modelo nacional, com concentração de recursos e ações na região Sudeste.
Ele também afirmou que é preciso estimular a pesquisa em áreas urbanas da Amazônia, já que hoje 70% da população da região está concentrada nessas áreas.
A mesa-redonda, que reúne 15 parlamentares de vários partidos, ocorre na Universidade Federal do Pará, em Belém.
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Agência Câmara, 10/07/2007)