O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu terça-feira (10/07) a construção de novas usinas nucleares no país. Ele visitou o Centro Tecnológico da Marinha, que desenvolve pesquisas para a construção de submarinos com propulsão nuclear em Iperó, no interior de São Paulo, acompanhado pelo ministro da Defesa, Waldir Pires e pelo comandantes militares.
"O Conselho Nacional de Política Energética definiu que a energia nuclear vai fazer parte da matriz mais do que nós já temos. Ou seja, se for necessário construir mais, nós vamos construir mais, até porque é uma energia limpa, está provado que hoje nós temos segurança e está provado que o Brasil não pode parar. É segura e nós detemos tecnologia. Por que não aproveitar?"
Lula lembrou a emissão de licença ambiental para as hidrelétricas do Rio Madeira e disse que antes de usar a energia nuclear, vai buscar utilizar todo o potencial hídrico brasileiro "porque ambientalmente a energia hidrelétrica é correta e porque pode ser muito mais barata."
Lula descartou o risco de o Brasil enfrentar um acidente nuclear como o de Chernobyl, usina energética localizada no norte da Ucrânia que, em 1986, teve o pior vazamento de material radioativo da história.
"Primeiro não há nenhuma possibilidade de acontecer um acidente no Brasil como aconteceu em Chernobyl. As experiências que nós temos com energia nuclear de Angra (RJ) não têm dado acidente. Agora, nenhum de nós está livre de nada. Eu não estou livre de sair daqui agora e acontecer uma coisa comigo. Se ficar pensando assim, nós não fazemos absolutamente nada."
O presidente deixou claro que o investimento em energia nuclear é estratégico para o país. "Ninguém vai segurar o Brasil de cumprir o papel histórico que ele tem que cumprir. o Brasil não será subserviente. Não vai defender os interesses dos outros sem levar em conta os interesses do próprio país. Nós podemos nos transformar em uma grande potência energética e não vamos abrir mão disso."
De acordo com o presidente Lula, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se aproxima da América Latina porque é ruim alguém não se aproximar da América Latina.
"Não temos nenhum compromisso com o presidente Bush. A nossa determinação é uma determinação brasileira, do Estado brasileiro, da Marinha brasileira."
(Por Roney Domingos,
Portal G1, 11/07/2007)