O governador de Rondônia, Ivo Cassol, comemorou mais uma vez, nesta terça-feira (10/07), a concessão da licença prévia para a construção de duas hidrelétricas no Rio Madeira. Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, ele disse que "esse assunto foi o prato cheio de nosso encontro" e lembrou que "o processo foi dificultoso, mas valeu a pena – agora o caminho está aberto para que Rondônia forneça, em seis a dez anos, energia para o Brasil".
Indagado por jornalistas se as 33 exigências feitas na segunda-feira (09/07) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ao conceder a licença seriam suficientes para evitar supostos prejuízos ao meio ambiente, Cassol respondeu: "As exigências postas lá são todas passíveis de correção até a execução do projeto. E podem ter certeza: daqui para a frente virão outras. Temos de fazer dessas usinas modelo nacional e até modelo mundial".
A licença prévia permite a licitação para a construção das hidrelétricas e o vencedor terá de cumprir as 33 exigências para a viabilidade ambiental da obra.
Cassol disse ter cobrado do governo, durante o encontro com Lula, o descontingenciamento de R$ 35 milhões para investir na abertura de estradas por onde poderá ser transportada a produção agrícola do estado. "A resposta do presidente foi positiva. Muitas prefeituras hoje em Rondônia não têm sequer máquina para abrir estradas ou recuperá-las. Pelo projeto apresentado, o estado vai entrar com o combustível, peças e operadores, e o governo, com a compra de equipamentos", disse. Sobre a liberação dos recursos, afirmou que "isso vai depender agora da União".
Também foi tratada, na reunião a revisão da dívida do banco estadual com a União. Segundo Cassol, "não queremos o perdão, mas pagar o que devemos, mas quando o Banco Central interveio no banco do estado, a dívida não chegava a R$ 50 milhões – quando devolveram o banco para o estado, devolveram com R$ 549 milhões". O governador informou que em oito anos foi pago R$ 1 bilhão e que o prazo é de mais 22 anos.
(Por Ana Paula Marra, Agência Brasil, 10/07/2007)