Empresas fazem sucesso e crescem no mercado aproveitando resíduos e desenvolvendo atividades auto-sustentáveisDesenvolver um negócio capaz de preservar o meio ambiente e ainda obter lucro. Esse é o lema de pequenos empresários que apresentaram seus exemplos de sucesso na Oficina de Desenvolvimento Sustentável realizada na segunda-feira (09/07), em Brasília, durante a 2ª Semana de Capacitação do Sistema Sebrae.
Na Fazenda Pork Terra, do empresário e produtor rural João Paulo Antônio Muniz, nada é desperdiçado. Com os resíduos da produção de porcos, ele gera biocombustível, biogás, biofertilizante e sabão. Na propriedade de 250 hectares, o biofertilizante é usado na plantação dos 75 hectares de café e o biogás, por exemplo, supre parte da energia da propriedade. “A banha que eu não aproveito para fazer torresmos é transformada em combustível para os tratores”, destaca Muniz.
Com esse modelo auto-sustentável, Muniz acabou com dois problemas que afetavam sua produção. O primeiro era o que fazer com os dejetos da granja e o segundo era dar um destino à gordura, subproduto do frigorífico. Além de solucionar esses problemas e tornar a propriedade ecologicamente correta, Muniz conseguiu lucrar com esse ciclo de aproveitamento de resíduos. “Acabei verificando que os resíduos valiam mais que a própria produção de carne”, conta.
Humberto Cabral é outro empresário que também cresceu aproveitando resíduos. Ele administra a empresa paranaense Embafort, de embalagens industriais de madeira. Segundo ele, com esse trabalho, 300 árvores são preservadas todos os dias. “O lema da empresa é transformar o passivo ambiental em ativo econômico”, destaca.
Cabral construiu sua empresa sobre os pilares da preservação do meio ambiente, do desenvolvimento do colaborador e da perpetuação da própria empresa, através da geração de lucro. Seguindo essas metas, os produtos da marca Embafort têm chegado a mais de 45 países através da exportação dos clientes.
Outro exemplo de sucesso é o trabalho realizado em conjunto entre o Sebrae em Minas Gerais, a Fundação Matutu, e parceiros como a Universidade Federal de Lavras, Fundação SOS Mata Atlântica, Emater/MG, entre outros. Trata-se do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Serra do Papagaio (MG), iniciado em 2004, para promover atividades economicamente sustentáveis para a região.
Dentro desse programa são contempladas atividades como o desenvolvimento do turismo, da apicultura, do artesanato, de atividades industriais e também de sistemas agroflorestais. Todo esse trabalho vem gerando renda e conhecimento para a comunidade local. Atualmente, 300 pessoas são beneficiadas diretamente pelo programa. Futuramente, espera-se atender a duas mil pessoas.
No Espírito Santo, outro projeto vem trazendo retorno para a natureza e também para a comunidade. Trata-se do Programa Capixaba de Materiais Reaproveitáveis, desenvolvido pelo Sebrae e parceiros. Uma das ações desse programa foi a implantação, em janeiro deste ano, de uma incubadora de empresas com foco em econegócio, a Incubalix, dentro do Instituto Marca Ambiental, parceiro do projeto.
Atualmente, há diversos projetos incubados e alguns já são comercializados. Há a vassoura 100% Pet, fabricada a partir de garrafas de refrigerante; fabricação de telhas ecológicas a partir de capas de fios; produção de sacolas a partir de descartes plásticos pós-industriais; além de papel reciclado. O programa atende cerca de 80 catadores, 15 empresas de materiais reaproveitáveis e dez empresas em fase de incubação.
(Por Giovana Perfeito, da
Agência Sebrae, 09/07/2007)