(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
tecnologia solar
2007-07-11

Os aquecedores solares de água permitem economizar dinheiro, aumentar a segurança energética local e nacional e reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, responsáveis pela mudança climática. Mas, nos tetos da África do Sul praticamente não são vistos. Uma pesquisa publicada este ano pela Sustainable Energy África, uma organização não-governamental com sede na Cidade do Cabo, menos de 1% dos lares possuem aquecedor solar de água, embora a África este país seja generosamente banhado pela luz do sol. Agora, Cidade do Cabo pretende mudar esta situação, com uma nova Norma de Aquecedores Solares de Água.

A iniciativa é uma resposta à grande quantidade de cortes no fornecimento de energia elétrica que a cidade sofreu há cerca de um ano, quando diversos fatores fizeram com que os dois reatores da Estação Koeberg de Energia Nuclear funcionassem, ao mesmo tempo, abaixo de sua plena capacidade. Um deles necessitava reparos após ter sofrido danos causados por um gerador, enquanto o segundo era recarregado de combustível. O ministro de Empresas Públicas, Alec Erwin, inicialmente sugeriu que o gerador havia sofrido sabotagem, mas logo voltou atrás.

Cidade do Cabo e seus arredores ficaram sem cerca de 500 dos 430 megawatts por hora que requerem diariamente por aproximadamente cinco meses, ressaltando o perigo de que estas áreas dependessem tanto de uma única central energética. A tecnologia dos aquecedores solares de água, disponível pelo menos desde os anos 50, parece em boa situação para se transformar em uma das fontes alternativas de energia que Cidade do Cabo claramente precisa. Os aquecedores são relativamente caros para instalar. Seu preço varia entre US$ 555 e US$ 2.085. Mas, requerem pouca manutenção e duram cerca de 25 anos. Isto habilita os usuários a recuperarem os custos de instalação com as futuras economias de eletricidade.

Pela regulamentação proposta – a primeira de seu tipo na África do Sul – se pedirá que a maioria dos novos edifícios (e dos que estão sendo renovados) por um valor superior a US$ 70 mil atendem pelo menos 60% de suas necessidades de aquecimento de água através da energia solar. A Estratégia de Energia e Mudança Climática de 2005 para a cidade fixou o objetivo de, até 2010, 10% dos domicílios usarem sistemas de energia solar para aquecer água. Cálculos oficiais situam a população de Cidade do Cabo em 3,23 milhões de pessoas.

Porém, a legislação não aborda o problema dos altos custos de instalação. Junto a uma falta de incentivos, isto não é visto como uma das razões mais importantes para as pessoas não comprarem aquecedor solar de água. O diretor de manejo de recursos ambientais da Cidade do Cabo, Osman Asmal, garantiu que estão em estudo incentivos e opções de financiamento, ressaltando que a Norma de Aquecedores Solares de Água não foi planejada isoladamente de outros programas nacionais e regionais de eficiência energética.

A empresa nacional de eletricidade, Eskom, anunciou subsídios significativos para instalar esses aquecedores, e a Cidade do Cabo tenta garantir que seus moradores possam se beneficiar deste programa. Só o fato de aumentar a quantidade de aquecedores em funcionamento também supõe um desafio. “Não há dúvidas de que a capacidade de instalação será um problema. Ainda não temos suficiente pessoal qualificado”, disse Nerial Hurwitz, da empresa de aquecimento solar de água Suntank, com sede em Pretória.

Um aquecedor habitualmente consta de um tanque de armazenamento de água quente ou gêiser e um painel colocado no telhado, chamado coletor, que absorve a energia do sol e a usa para aquecer o liquido do tanque. Entretanto, em alguns casos a cidade pode simplesmente estar gerando um problema para si mesma. A regulamentação proposta inclui especificações sobre a instalação, como ângulo em que o coletor deve ser montado para garantir que absorva suficiente luz do sol. Também se requer uma declaração do resultado diário de água quente, junto com outros dados. Estas exigências têm a finalidade de avaliar o êxito da nova norma.

Mas David Rossiter, do Regulador Australiano de Energia Renovavel, pergunta se tudo isto é realmente necessário. “Presumimos que se alguém gasta dinheiro com um aquecedor solar de água o instalará aproximadamente no lugar correto”, ironizou Rossiter, que esteve na África do Sul há pouco para participar da Cúpula de Aquecimento Solar da África Austral. A Austrália oferece reeembolso para quem instala aquecedor solar de água, e a demanda cresceu a tal ponto que esse país já atingiu seu objetivo de energia renovável, inicialmente fixado para 2010: 0,5 milhões de megawatts adicionais de energia gerada anualmente por fontes renováveis.

O Brasil também deu grandes passos com a introdução dessa tencologia. Três cidades do País já adotaram regulamentações de aquecimento solar de água, enquanto outras 12 examinam o assunto, afirmou Delcio Rodrigues, da Vitae Civilis, organização não-governamental com sede em São Paulo. Os moradores que usam aquecedor solar de água recebem uma devolução de 10% nos impostos municipais, que sobe para 15% se os equipamentos foram fabricados nas cidades onde residem.

Além disso, cinco universidades e escolas técnicas brasileiras oferecem capacitação para instalar aquecedor solar, para garantir que o País não passe pelos problemas de mão-de-obra mencionado por Hurwitz. “Não podemos ter uma norma que obrigue as pessoas a fazerem algo sem este sistema de treinamento e qualificação”, disse Rodrigues, que também participou da Cúpula de Aquecimento Solar da África Austral, destacando que houve um aumento de 15% nas vendas desse aquecedores desde que começaram as campanhas de conscientização pública, antecipando-se à legislação. As regulamentações brasileiras foram adotadas em dezembro de 2006.

Entretanto, Namíbia e Quênia enfrentam escassez de trabalhadores qualificados para instalar estes sistemas. Shimweefeleni Hamutswe Jr., do Ministério de Minas e Energia da Namíbia, e Jared Atiang, da ONG Rede de Entorno e Desenvolvimento Energéticos para a África, do Quênia, disseram que isso é um obstáculo aos esforços para amplia o uso de aquecedores em seus respectivos países. Na Namíbia, uma determinação ministerial obriga o uso de aquecedor solar em todos os edifícios novos, públicos e paraestatais. A nova norma da Cidade do Cabo está sendo examinada por advogados. Espera-se uma votação sobre a legislação para os próximos meses, e é muito provável que seja aprovada.

Isto dará tempo para municipalidade, indústria e instaladores, arquitetos e outros profissionais se prepararem, segundo Asmal. Aqueles que alegam que as leis são desnecessárias e que um aumento dos aquecedores solares de água deveria seguir a lei da oferta e procura estão equivocados, disse Kevin Nassiep, presidente do Instituto Nacional Sul-africano de Pesquisas em Energia, associado à Universidade da Cidade do Cabo. “Um comprador disposto e um contexto de venda disposto não cumprirão os objetivos de energia renovável a tempo. Precisamos explorar outras maneiras de entrega”, afirmou.
(Por Gail Jennings, IPS, 09/07/2007)

 


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -