A liberação das licenças ambientais para a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, não agradou aos ambientalistas, que consideram as obras de grande impacto ambiental, apesar da fonte hidrelétrica ser considerada limpa.
Para Karen Suassuna, da área de energia da ONG WWF, a liberação das licenças, seguidas da decisão do governo de retomar a construção da usina nuclear de Angra 3, mostra a prioridade dada pelo governo federal às grandes obras.
'Fica claro que o governo prioriza grandes e polêmicas obras. Não se vê semelhante disposição em desburocratizar usinas de fontes renováveis, nem um plano mais audacioso de eficiência energética.' Segundo ela, fontes como eólica, biomassa e solar não recebem a mesma atenção no planejamento estratégico do Ministério de Minas e Energia. 'Dados de 2005 mostram que, só com biomassa de cana-de-açúcar, poderíamos gerar 8.000 MW, o que já é uma hidrelétrica do Madeira. Hoje, entram na rede elétrica apenas 1.500 MW de energia gerada a partir dessa fonte.' O Brasil teria ainda potencial para gerar 143 GW de energia eólica, mas falta um firme compromisso de compra dessa energia por parte do governo.
São esperadas para hoje manifestações oficiais de outras organizações ambientais, como Greenpeace e Amigos da Terra.
(Por Andrea Vialli,
Estado de S. Paulo, 10/07/2007)