A Usina Álcool Verde, com investimentos anunciados de R$ 65 milhões, prevê a produção de álcool a partir de 2008. Com mudas trazidas de São Paulo, a usina já possui dois mil hectares de canaviais em franco desenvolvimento no município de Capixaba, às margens da rodovia BR 317, a chamada Transoceânica que vai ligar o Brasil ao Oceano Pacífico através do Peru.
Quando afirmou, na Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em Bruxelas, que o solo da Amazônia não é compatível com a cana-de-açúcar, o presidente Luis Inácio Lula da Silva se esqueceu das várias viagens que fez para o Acre. Ele conhece a Usina Álcool Verde desde 1993, quando em caravana eleitoral pela região, discursou sobre o desperdício de dinheiro público ao lado da sucata da usina, então pertencente à empresa falida Alcoobrás.
O próprio presidente Lula, em nova visita ao Acre, em 2005, esteve nas instalações da nova usina e incentivou o projeto do ex-governador Jorge Viana para revitalizá-la. Atualmente presidindo o Fórum de Desenvolvimento do Acre, Jorge Viana está anunciando a construção de outras duas hidrelétricas na região.
Leilão
Em 2005, Grupo Farias, um dos maiores do País do setor, arrematou a Alcoobras em leilão por R$ 2 milhões, criou a marca Álcool Verde e abriu seu capital societário. Atualmente, 25% das ações pertencem a empresários do Acre e 5% ao governo estadual.
O projeto prevê o envolvimento de aproximadamente 300 produtores rurais que vivem no entorno da usina para o plantio de 14 variedades de cana. Pelas estimativas do projeto, até o fim de 2008 a hidrelétrica estará processando 350 mil toneladas de cana e gerando dois mil empregos diretos.
O empresário Maurílio Biaggi Filho, do interior de São Paulo é um dos proprietários da usina ao lado do pernambucano Eduardo Farias. Além de álcool, a hidrelétrica vai produzir açúcar e energia elétrica a partir do bagaço da cana. A idéia é abastecer os mercados do Acre, Rondônia e do Amazonas.
(Por João Maurício da Rosa,
Agência Estado, 09/07/2007)