O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, confirmou na segunda-feira (09/07) em Viena que o Irã desacelerou seu programa de enriquecimento de urânio, mas não o suspendeu, como exige a comunidade internacional, diante do temor de que Teerã use essa tecnologia para armas nucleares.
"Os inspetores estiveram no Irã na semana passada. Vimos uma desaceleração da montagem de cascatas (de centrífugas)", disse ElBaradei, após uma reunião do Conselho de Governadores da AIEA. A declaração surge na semana seguinte ao anúncio americano de que os Estados Unidos e a Europa realizariam uma nova reunião para intensificar as pressões contra o Irã.
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, declarou na última sexta-feira, 6, que, com o Irã se tornando "crescentemente perigoso", os Estados Unidos e os seus aliados estão discutindo novas sanções para restringir ainda mais o acesso de Teerã ao sistema financeiro internacional.
Segundo ela, os governos europeus e americano estão "trabalhando em medidas financeiras que vão dizer para os iranianos o seguinte: vocês não podem usar os benefícios do sistema financeiro internacional e continuar a buscar armas nucleares".
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou duas resoluções com sanções contra o Irã, na tentativa de forçar o país a desistir do enriquecimento de urânio. O Ocidente diz que os iranianos buscam com a atividade a produção de uma bomba nuclear. Teerã nega e afirma que o seu programa nuclear é para gerar eletricidade.
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Estadão, 09/07/2007)