As informações foram divulgadas ontem pelo jornal britânico "The Observer". O cálculo foi desenvolvido pelo cientista John Buckley, do site Carbonfootprint. Ele considerou a emissão gerada pelo público e artistas durante viagem dos participantes e a energia consumida durante os concertos realizados em todo o mundo. Ao total, o Live Earth apresentou shows em nove cidades de oito países distribuídos nas 24h do último sábado (7/07). O evento foi considerado "hipócrita" por alguns artistas, como o grupo britânico "Arctic Monkeys". Várias estrelas do rock também se questionam se estão autorizadas a dar lições de ecologia ao resto do mundo.
"É um pouco de paternalismo para nós, aos 21 anos, tentar iniciar uma mudança no mundo", afirmou o baterista do Arctic Monkeys, Matt Helders. "Especialmente quando utilizamos tanta energia como em dez casas para iluminar um palco. Seria algo hipócrita", acrescenta. "Sem contar que passamos o tempo todo de um avião a outro", arremata Nick O'Malley, baixista do grupo com dois CDs lançados e que já é referência do rock britânico.
Redução de impactoOs megashows foram cercados de cuidados de redução de impacto e reaproveitamento de material. Em Londres, por exemplo, todos as embalagens de hambúrgueres eram biodegradáveis. Os organizadores do show no Rio afirmam que grande parte do público buscou os 30 postos de reciclagem instalados na região. Houve trabalho de 350 voluntários para conscientização sobre o lixo. Os resíduos foram separados durante as apresentações e o total coletado foi levado a um centro de reciclagem montado na Praça do Lido para a separação e compactação do lixo.
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Folha Online, 09/07/2007)