As assembléias ambientais da província argentina de Entre Ríos iniciaram um novo bloqueio nas três passagens fronteiriças que levam ao Uruguai. Duas delas estão fechadas "por tempo indeterminado" em protesto contra a instalação de uma fábrica de celulose da companhia finlandesa Botnia em território uruguaio. Segundo informou a gendarmaria (guarda civil) local, a Assembléia da cidade argentina de Concordia, ligada com a uruguaia Salto, se uniu ao bloqueio por tempo indeterminado, da mesma forma que os ambientalistas da cidade argentina da Gualeguaychú --que mantêm a interrupção desde 20 de novembro.
A passagem de Gualeguaychú se liga com a cidade uruguaia de Fray Bentos, onde espera-se que em outubro comece a funcionar a fábrica considerada pelos argentinos perigosa para o meio ambiente. Por outro lado, os manifestantes da cidade de Colón, que leva à uruguaia Paysandu, iniciaram às 19h de ontem (em Brasília) um novo corte temporário que acabou às 22h (em Brasília), o que bloqueou a fronteira completamente durante três horas.
A interrupção total será realizada de novo neste domingo, no mesmo horário, e poderá se repetir durante este mês, quando acontecem na Argentina as férias de inverno e o fluxo de turistas entre os dois países aumenta. "O objetivo é que durante as férias de inverno as três pontes estejam bloqueadas", afirmaram participantes da assembléia argentina, que mantém um conflito com o país vizinho pela instalação da fábrica de celulose, situada às margens do rio Uruguai.
Argentina e Uruguai se desentendem há três anos por causa da construção da fábrica da Botnia e restabeleceram o diálogo em abril em um encontro que aconteceu em Madri, com o apoio do Rei Juan Carlos da Espanha. O Estado argentino recorreu à Corte Internacional de Justiça de Haia pela decisão do Uruguai de autorizar a construção da fábrica de celulose, que --na opinião de Buenos Aires-- afeta um recurso fluvial de administração compartilhada. O Uruguai reclamou na Corte dos bloqueios das passagens entre os dois países realizados pelos moradores de Entre Ríos.
(Efe, 08/07/2007)