No início, combustível será adicionado ao querosene comum, para isso empresa terá de adaptar bases. A BR Distribuidora vai apoiar, em parceria com a Nasa e a Boeing, o desenvolvimento do combustível limpo para aviões. O bioquerosene de aviação (BioQAV) está sendo produzido pela Tecbio, empresa pioneira na fabricação do biodiesel no Brasil, e será testado no próximo ano com perspectivas de entrar no mercado em seguida. "Como pioneiros que somos, vamos inovar neste projeto também", afirmou a presidente da BR, Maria das Graças Foster.
A iniciativa da Tecbio, da distribuidora da Petrobras, da fabricante de aeronaves e da Nasa está em linha com as orientações da Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), que estabeleceu metas de emissão de gases poluentes.
Mesmo diante do forte crescimento do mercado aéreo, as emissões de devem aumentar somente 3% até 2050. Também estipulou que 25% da frota deveria ser mais eficiente no uso de combustíveis ate 2020.
As empresas estão trabalhando na melhoria da eficiência das turbinas para emitir menos carbono, além da utilização de biocombustíveis capazes de seqüestrar parte do carbono emitido.
O gerente de aviação da BR Distribuidora, Francelino Silva, estima que a empresa adicionará pequenos volumes de BIOQAV no combustível comum em 2009. Antes disso, a BR terá de adequar 13 bases e terminais que atualmente movimentam QAV, bem como negociar a venda do novo produto para as companhias aéreas, como foi destacado no seminário "Biodiesel BR: Consolidado em Terra, Iniciado no Mar e a Caminho do Ar". "Nossos clientes e a sociedade demandam cada vez mais o uso dos biocombustíveis", afirmou Silva.
Expansão do biodiesel A BR já possui 5,4 mil postos com venda de biodiesel, 93% da rede. Em maio, eram apenas três postos que disponibilizavam o produto. Cerca de 76% do diesel vendido já é adicionado na proporção de 2% ao óleo mineral (B2), faltando ainda mais de seis meses do prazo da obrigatoriedade do combustível limpo.
A empresa tem no momento 56 bases e terminais recebendo, armazenando e distribuindo o produto em 3,5 mil municípios de todo o Brasil, por meio de 150 transportadoras contratadas. A capacidade total de carregamento é de 1,2 bilhão de litros e o consumo hoje passa de 600 milhões de litros.
A tendência das grandes distribuidoras, segundo a presidente da BR, é voltar a investir no segmento de distribuição. O mercado ficou estagnado nos últimos anos, antes da regularização do setor. Com o combate às fraudes por meio de regras mais severas e "pedregulhos" - a executiva se refere à prática da prefeitura de São Paulo de fechar tanques interditados com concreto -, as grandes empresas voltaram a disputar mercado. "Ficou bom brigar pelo mercado", afirmou Maria das Graças Foster.
(Sabrina Lorenzi,
Gazeta Mercantil, 09/07/2007)