A construção da usina nuclear de Angra 3, no litoral Sul do estado, permitirá ao país produzir mais urânio e exportar o produto enriquecido, afirmou na sexta-feira (06/07) o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner.
Ele lembrou que o Brasil possui a sexta maior reserva de urânio do mundo, já domina a tecnologia do ciclo de processamento e explora apenas 30% da área com potencial para a ocorrência do mineral. E acrescentou que o governo "não quer estar associado a um apagão do setor elétrico, não quer que falte energia para o país crescer, e pretende manter o mesmo percentual de energia renovável na matriz para os próximos anos".
Para que isso possa continuar a ocorrer, Hubner destacou que nos próximos leilões serão contratadas todas as fontes energéticas necessárias: “Nesse aspecto entra também a energia nuclear. A decisão pela construção de Angra 3 foi uma boa opção. Há problemas, claro, nós temos que cuidar dos resíduos permanentemente. Mas há cerca de 400 usinas semelhantes à nossa no mundo e nunca houve problemas".
O ministro interino informou ainda que o governo federal tentará mudar a legislação para possibilitar a atuação da Eletronuclear (subsidiária da Eletrobrás para a área nuclear) no mercado, como comercializadora dessa energia, a partir da conclusão de Angra 3. "Mudaremos o marco legal para que a Eletronuclear entre nos leilões futuros, competindo com as outras fontes de energia", disse.
Sobre o cronograma de retomada das obras de Angra 3, Hubner afirmou que a Eletronuclear e a Eletrobrás estão analisando os contratos já existentes, de aquisição de equipamentos e de serviços, além dos custos. E que o preço da energia produzida ainda será definido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
(Por Nielmar de Oliveira, Agência Brasil, 06/07/2007)