A Coréia do Norte avaliava nesta sexta-feira a possibilidade de desligar seu principal reator nuclear assim que receber a primeira remessa de ajuda energética prometida em troca do fim de seu programa de armas atômicas. A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Coréia do Norte por meio da agência estatal de notícias. O despacho foi recebido em Seul, capital da vizinha Coréia do Sul.
A Coréia do Norte "está considerado seriamente a suspensão das operações de suas instalações nucleares antes do esperado, o que significa a partir do momento em que for entregue a primeira remessa de petróleo equivalente a um décimo do total", dizia a nota da chancelaria norte-coreana. Os cinco países envolvidos na negociação com a Coréia do Norte devem então iniciar os preparativos para fornecer as restantes 950 mil toneladas de combustível em contrapartida à desativação, ou Pyongyang vai rever a suspensão nuclear, disse um porta-voz.
"A República Democrática Popular da Coréia (do Norte) está agora examinando com seriedade até a questão da suspensão da operação das suas instalações nucleares antes do esperado, ou seja, a partir do momento em que seja entregue o primeiro carregamento de petróleo pesado equivalente a um décimo da quantidade total", afirmou o porta-voz, em declaração transmitida pela agência estatal de notícias KCNA. Pelo acordo de 13 de fevereiro, do qual participaram China, EUA, Rússia, Japão e Coréia do Sul, a Coréia do Norte desativaria seu reator nuclear de Yongbyon, fonte de seu plutônio para armas, em troca de 50 mil toneladas de petróleo pesado da Coréia do Sul.
Para receber 950 mil toneladas adicionais de petróleo ou combustível equivalente, o regime comunista precisa tomar medidas para desativar totalmente todas as suas instalações nucleares. A Coréia do Sul disse que as primeiras 6.200 toneladas vão zarpar em 12 de julho. "O acordo deve ser honrado não só pela República Democrática Popular da Coréia, mas por todos os países que participam das negociações a seis partes sob o princípio de uma ação por outra ação", disse o porta-voz. Do contrário, alertou, "a retomada da atividade nuclear vai assumir uma natureza legítima".
Nesta semana, o país concordou com medidas de "contenção e monitoramento" por inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para verificar o fechamento de seu programa de armas nucleares. O presidente da Coréia do Norte, Kim Jong Il, declarou na última terça-feira, 3, estar comprometido com o desarmamento nuclear de seu país.
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Associated Press e Reuters, 07/07/2007)