Como participantes do Live Earth, uma série mundial de shows com o intuito de encorajar todas as pessoas a viver, consumir e votar de maneira ecologicamente responsável, usarão suas famas para convencer uma audiência global de que a mudança climática não é apenas um problema urgente, mas um problema que podem ajudar a resolver. Madonna. Police. Red Hot Chili Peppers. Dave Matthews, Bon Jovi, Kanye West, Metallica.
Mesmo para as super estrelas que se apresentarão no Live Earth - que começa em Sydney, Austrália, na noite de sexta-feira (meio-dia do sábado no horário local) e procede rumo ao oeste para o Japão, China, Alemanhã, Inglaterra, África do Sul e Brasil, terminando no sábado no Giants Stadium - o tamanho da platéia será especialmente grande. Organizadores dos eventos, ostentando uma elaborada "arquitetura de mídia" de transmissões pela televisão, rádio e internet pelo mundo, dizem esperar alcançar a marca de 2 bilhões de pessoas.
Mas talvez nenhum terá um salto maior para a fama do que Nunatak, composto de cinco cientistas britânicos em uma estação de pesquisas na Antártida. Para o vice-presidente Al Gore, uma das pessoas mais importantes por trás do Live Earth, as apostas são mais altas do que apenas entreter uma grande audiência. Sua ambição é criar "uma massa crítica de opinião pelo mundo", disse durante uma entrevista telefônica nesta semana, "que impulsionará o planeta em direção a um ponto crítico no qual líderes políticos, empresarias e civis por todo o espectro começarão a oferecer soluções genuinamente significativas para a crise climática. Acredito que seja uma ambição realista, e bastante necessária".
Gore e seu parceiro no Live Earth, o veterano produtor de eventos Kevin Wall, sabem que não será fácil. O Live Earth faz parte de uma longa história de mega eventos nos quais o espetáculo pode muitas vezes obscurecer a causa, e promessas feitas sob os holofotes dificilmente são cumpridas à longo prazo. Sua resposta é tornar do Live Earth, que levou seis meses para ser organizado, um "evento de partida" para o que promete ser uma campanha de três a cinco anos de educação e ativismo fundamental.
Os locais dos shows representam a importância global das mudanças climáticas - o envolvimento de Nunatak permite que o Live Earth esteja em todos os sete continentes do planeta. Na semana passada, Wall e Gore revelaram um juramento de sete princípios os quais gostariam que as pessoas pelo mundo cumprissem, desde uma demanda por um tratado internacional para reduzir a emissão de gases tóxicos até uma promessa para a plantação de mais árvores. Os lucros serão doados para a Aliança de Proteção Climática, grupo sem fins lucrativos fundado por Gore.
(Por Ben Sisario,
The New York Times, 06/07/2007)