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barragem rio Gravataí rio gravataí
2007-07-07
"Não existe pai da construção de uma barragem no Rio Gravataí. Ninguém pode reclamar para si essa conquista, pois, se há um responsável, é a população, que lutou tantos anos por isso", afirma o diretor-presidente da Fundação Municipal de Meio Ambiente de Gravataí (FMMA), Paulo Roberto Müller. Conforme ele, foi na década de 70 que a Associação de Preservação da Natureza Vale do Gravataí (APNVG) assumiu essa luta e advertiu sobre a necessidade da barragem.

"A cidade deve ficar atenta, pois o que mais tememos é que no final, o Governo do Estado deixe o rio Gravataí abandonado e isso não podemos permitir", declarou o presidente da Fundação. Conforme ele, "alguns defendem o abandono do rio para o abastecimento público, trazendo água de outros mananciais para a região, o que seria a morte definitiva do rio Gravataí, que passaria a ser um mero receptor de esgoto".

Iniciativa do governo federal
Müller relata que os recursos anunciados pelo governo federal para a obra nos últimos dias, R$ 1,2 milhão, serão possíveis através da iniciativa da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. "É sabido que em uma audiência com a governadora do Rio Grande do Sul, foi a ministra que, preocupada com a situação das bacias do Gravataí e dos Sinos, solicitou que o governo estadual reunisse todos os projetos já feitos sobre o assunto para serem analisados na instância federal". A FMMA, inclusive, auxiliou na reunião desses projetos.

O diretor-presidente também destaca que "é óbvio que quem deve realizar a obra da barragem é o Governo do Estado, pois isso é sua obrigação se tratando de um rio estadual como o Gravataí". Ele ressalta a importância do trabalho da APNVG, da Sociedade Caça e Pesca, do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Gravataí e da FMMA na luta histórica pela defesa do rio e construção da barragem.

Vontade política
"Neste momento, após o anúncio da vinda de recursos, vamos ver quem realmente defende a barragem", avisa Müller. Ele explica que para a concretização da obra será feito Estudo de Impacto Ambiental (EIA) por empresa contratada pela Fepam. "Pode haver boicote no EIA, pois depende de vontade política de enfrentar interesses contrários", avalia o diretor, temendo que os recursos do governo federal não sejam destinados para a barragem.

Plano de Bacia
"É emergencial que seja regularizada a vazão do rio, para que em épocas de estiagem não fique na situação que se presenciou nos verões de 2004 e 2005, praticamente acabando. Também é preciso realizar o Plano da Bacia Hidrográfica do rio Gravataí, que aponte detalhadamente as características do manancial e até onde nós podemos desfrutar do mesmo, sem que isso não acarrete a destruição ou esgotamento do rio".

A luta pela barragem, que começou nos anos 70, é uma bandeira da população gravataiense. "Mais adiante, na época do prefeito José Mota, que foi presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio Gravataí, se progrediu bastante no assunto. Um projeto que seria incluído no Pró-Guaíba quase foi concretizado", relata Müller. Lamenta, entretanto, "que no governo Rigotto não tenha ocorrido nenhum avanço nessa questão".

Ele conta que no governo municipal de Gravataí, a partir de 1997, as discussões se intensificaram e a Prefeitura passou a integrar efetivamente a luta pela preservação do Rio Gravataí. "No governo de Olívio Dutra, o Estudo de Regularização de Vazão, elaborado pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, foi o mais importante até hoje realizado, apontando a necessidade de construção da barragem".

Viva o Rio Gravataí
A Prefeitura desenvolve, desde 2006, a campanha "Viva o Rio Gravataí - Água: sabendo usar não vai faltar". Veiculada nos meios de comunicação, pretende incentivar o uso racional da água e está inserida nas escolas, contando com amplo apoio da comunidade, e reconhecimento em todo o Estado. "Gravataí tem vontade política e há muitos anos luta pelo gerenciamento responsável do rio, inclusive alertando o governo estadual, inúmeras vezes, sobre as agressões contra o manancial", completa Müller.
(Prefeitura Municipal de Gravataí, 06/07/2007)

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