Depois da cassação dos mandatos dos vereadores Juarez Silveira (sem partido) e Marcílio Ávila (PMDB), na terça-feira, o assunto que passou a tomar conta dos corredores do Legislativo da Capital são documentos que podem comprometer o prefeito Dário Berger (PSDB). O juiz Zenildo Bodnar encaminhou, esta semana, o material ao presidente da CPI da Moeda Verde, Jaime Tonello (DEM), recomendando providências disciplinares contra Juarez, Marcílio e Dário, segundo apurou A Notícia.
A papelada também foi enviada ao promotor de Justiça do Ministério Público Estadual, Paulo de Tarso Brandão, que atua na Defesa da Moralidade Administrativa.
Jaime Tonello confirmou o recebimento do material, mas disse que ainda não conseguiu analisar o conteúdo. Segundo ele, todos os documentos serão repassados aos outros quatro membros da comissão. “A investigação sobre o Executivo está prevista para a terceira etapa dos trabalhos da CPI. Agora, estamos nos debruçando sobre o material da Polícia Federal e do ministério público”, acrescentou.
Para dia 23, está agendado o depoimento do procurador da República Walmor Alves Moreira e, no dia 26, da delegada Julia Vergara. A assessoria da Prefeitura afirma que Dário Berger desconhece o assunto.
O prefeito já foi ouvido, no último dia 25, pela delegada da Polícia Federal, Julia Vergara, responsável pelas investigações da Moeda Verde.
Dário apareceu em gravações da PFDesde o início do caso Moeda Verde, o prefeito foi citado em outra oportunidade. Conversa telefônica gravada pela PF em setembro do ano passado mostrou que o dono do Shopping Iguatemi, Paulo Cezar Maciel, ligou para o procurador do município, Jaime de Souza, que estava em Porto Alegre junto com Dário e Juarez Silveira.
Segundo a PF, a comitiva teria viajado ao Rio Grande do Sul para tentar derrubar uma ordem judicial que embargava o shopping no Tribunal Regional da 4ª Região.
A assessoria de imprensa da Prefeitura afirma que a viagem não foi em favorecimento do Iguatemi, e sim para liberar as obras do sistema viário no entorno do empreendimento que acabaram sendo suspensas por causa da liminar que barrou o shopping, no bairro Santa Mônica.
Ainda segundo a assessoria, os moradores da região temiam a ocorrência de enchentes e alagamentos por causa do sistema pluvial incompleto. Por isso, o empenho da cúpula da administração municipal. O Shopping Iguatemi é um dos empreendimentos da Capital investigados pela Moeda Verde.
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A Notícia, 06/07/2007)