O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem (05/07) a adoção do biocombustível como forma de democratizar o acesso à energia e reduzir conflitos pelo mundo. - Atualmente, 20 países produzem energia para aproximadamente 200. Com a adoção dos biocombustíveis, mais de 100 países produzirão energia - afirmou o presidente.
O discurso foi feito durante a Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, realizada em Bruxelas, na Bélgica, diante de empresários e representantes governamentais. Lula foi o único chefe de Estado a participar do evento.
O presidente brasileiro disse que o uso do biocombustível é uma oportunidade histórica para vencer o desafio de "garantir a segurança energética sem prejudicar o meio ambiente''.
Ele voltou a rebater as críticas de que o plantio da cana-de-açúcar possa colocar em risco a produção de alimentos e acelerar o desmatamento da Floresta Amazônica.
Segundo ele, as plantações de cana ocupam menos de 10% da área cultivada do Brasil e essa área fica "muito distante da Amazônia, região que não se presta à cultura da cana''.
Na quarta-feira, em Paris, um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) havia apontado que o aumento da produção de etanol e de biocombustíveis em países em desenvolvimento implicaria na elevação de 10% a 20% no preço internacional dos alimentos, prejudicando países pobres, em especial na África e na Ásia.
O presidente criticou novamente os subsídios agrícolas concedidos pelos países ricos e as taxas de importação do etanol brasileiro. Para ele, é contraditório que a União Européia esteja preocupada com o aquecimento global, mas continue a impor altas taxas de importação aos biocombustíveis.
Governo criará programa de certificação no setorEm seu discurso, Lula anunciou ainda a criação de um programa de certificação para que o mercado de biocombustíveis seja desenvolvido de modo "responsável e sustentável''.
Segundo o presidente Lula, o programa pretende mostrar que a produção dos biocombustíveis no Brasil respeita normas ambientais, sociais e trabalhistas.
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Diário Catarinense, 06/07/2007)