O Brasil desconhece a riqueza que guarda em seu subsolo na forma de petróleo e gás natural: apenas 7% dos 6 milhões de hectares de bacias sedimentares brasileiras já foram pesquisados e, desse total, apenas 4% estão sendo explorados. Os dados foram apresentados, nesta quinta-feira (05/07), pelo presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, em audiência pública promovida pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados.
Segundo ele, as pesquisas precisam ser aprofundadas, mas os recursos que deveriam chegar à ANP têm sido contingenciados pelo governo. Só no ano passado, a ANP deveria ter recebido R$ 2 bilhões para aplicar no estudo das bacias geológicas.
"Esse dinheiro não tem sido liberado para nós, o que dificulta os estudos. Nós então aprovamos um plano plurianual de sete anos para realizar esses estudos e estamos negociando com o governo. Queremos investir em torno de R$ 170 milhões por ano para fazer as pesquisas que a lei prevê e que são absolutamente necessárias; sem elas, não sabemos nem mesmo o que existe sob o território brasileiro do ponto de vista de petróleo e de gás", afirmou.
O Plano Plurianual de Geologia e Geofísica foi aprovado pela ANP há duas semanas. A proposta já foi discutida com o Ministério de Minas e Energia e com a Casa Civil, mas ainda não foi endossada pelo Executivo.
Amazônia
Dos recursos previstos no plano, 35% devem ser aplicados em pesquisas na região amazônica, que detém duas bacias com alto potencial produtivo, a do Solimões e a do Amazonas.
Segundo a presidente da Comissão da Amazônia, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), os parlamentares precisam atuar para que os recursos sejam liberados, devido à importância do tema. "Há uma perspectiva grande de termos, na região amazônica, uma reserva importante não só de petróleo, mas também de gás. Então, esses estudos são importantes para o Brasil", destacou.
(Por Mônica Montenegro, Agência Brasil, 05/07/2007)