O presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, alertou na última quarta-feira (04/07) para os riscos de perda de competitividade causados pelo aumento do preço da energia paga pela indústria. Em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara para debater expectativas energéticas frente aos custos de energia, o empresário apresentou dados da Associação Brasileira dos Consumidores de Energia que mostram que de 2001 a 2006 a tarifa cobrada das indústrias subiu de R$ 82 por megawatt-hora (MWh) para R$ 206 por MWh.
“O custo da energia é um dos principais fatores de competitividade de setores industriais eletrointensivos, como a indústria de alumínio ou a siderúrgica”, afirmou Gerdau, apresentandou algumas sugestões para reverter esse quadro de aumento dos preços. Entre elas a redução dos encargos cobrados na tarifa de energia e a solução dos problemas que impedem a expansão da geração de energia hidrelétrica, que é mais barata do que a termelétrica.
Gerdau defendeu a criação de reservas para áreas com potencial para aproveitamento hidrelétrico - proposta já defendida pelo governo - e a agilização dos processos de licenciamento ambiental. Segundo o empresário nos últimos dez anos o tempo médio para a emissão de uma licença prévia para investimentos de geração foi de 1.200 dias (cerca de três anos), enquanto o prazo legal seria de um ano. Além disso, segundo Gerdau, nos últimos quatro anos foram concedidas apenas 10 licenças ambientais. Ele ressaltou que esses empecilhos acabam causando um aumento da geração termelétrica, que é mais cara. “E isso porque temos a dádiva de ter um grande potencial hidrelétrico”, afirmou.
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NH, 05/07/2007)