Segundo maior estado com potencial hidrelétrico no País, Mato Grosso desperta a atenção e atrai novos empreendimentos a cada ano no setor. Seja em pequenas centrais, usinas, aproveitamentos hidrelétricos ou termelétricos, o estado é um dos que mais contribuem para a geração de energia que abastece várias cidades brasileiras.
O potencial hídrico do estado chamou a atenção de diversos grupos que a cada ano ampliam seus investimentos em Mato Grosso. Dois novos empreendimentos nesse setor entraram em operação no final de 2006 e contribuem para que no estado sejam gerados, junto a outras 32 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) já instaladas, 12% de energia da potência estadual, o que corresponde a 1,79 milhão/kW.
A PCH Garganta da Jararaca, localizada na divisa dos municípios de Campo Novo dos Parecis e Nova Maringá, no Médio-Norte mato-grossense, foi inaugurada nesta quarta-feira (04.07) com a presença do governador Blairo Maggi, secretários de Estado, diretores da empresa e prefeitos da região.
Outra PCH, a Canoa Quebrada, da mesma empresa formada pela Koblitz Energia e grupo Cornélio Brennand, de Pernambuco, também foi inaugurada hoje em Lucas do Rio Verde.
Empreendimento da Atiaia Energia S.A., a PCH Garganta da Jararaca vai gerar 29,3 mW de energia que é revendida para a concessionária estadual, Rede Cemat, suficiente para abastecer uma cidade de até 100 mil habitantes. Somada à produção da Canoa Quebrada, do mesmo grupo, as PCHs podem abastecer as cidades de São José do Rio Claro, Campo Novo do Parecis e Nova Maringá, cidades que ainda compõem o sistema isolado (geração térmica), com a geração de energia a óleo diesel.
Esse é um dos destaques observados pelo representante do grupo Atiaia Energia, Luiz Otávio Koblitz. “Com os novos empreendimentos, esses municípios passam a ter segurança energética, pois as linhas de transmissão também foram estendidas para as cidades vizinhas”, afirmou Koblitz, destacando que a substituição da fonte energética térmica para a hidrelétrica resultou na redução de gasto de 10 milhões de litros de diesel anualmente, além de maior estabilidade energética na região.
Ambas as barragens operam com sistema de vazão regulada automaticamente, conforme a quantidade de água à montante do rio, o que mantém constante o nível do reservatório, que não altera o regime natural das águas rio abaixo.
Com recursos de R$ 131 milhões do BNDES, a construção da PCH Garganta da Jararaca gerou cerca de 1.600 empregos diretos e indiretos no período de construção.
Responsabilidade ambientalControle e ações de segurança e prevenção contras impactos ambientais são algumas das preocupações destacadas pelo grupo Atiaia Energia na instalação dos empreendimentos energéticos.
Nas duas PCHs, os grupo desenvolveu monitoramento e resgate da fauna e ictiofauna, monitoramento hidrossedimentológico e níveis de água, monitoramento limnológico e qualidade da água, além da recuperação de áreas degradadas, limpeza da área do reservatório e salvamento arqueológico.
Na avaliação dos prefeitos de Nova Maringá, Gilmar Fagundes, e de Campo Novo, Sérgio Stefanelo, a geração de empregos deu um novo animo à economia das cidades. “Os novos postos de trabalho contribuíram na redução do desemprego gerado pela crise da agricultura e a empresa está contribuindo com a política ambiental observada na região ao tratar a preservação do meio com seriedade e ações efetivas”, observou Stefanelo.
(Por Raquel Teixeira,
24 Horas News, 04/07/2007)