Na manhã de quarta-feira (04/07), a liderança Edilene Truká esteve reunida com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Márcio Meira), acompanhada por representantes do Cimi, da Coiab e do CTI, entidades do Fórum de Defesa dos Direitos Indígenas.
Durante a reunião, ficou claro que a Funai há muito tempo tomou conhecimento da reivindicação do povo Truká sobre a terra onde foram iniciadas as obras da transposição. Segundo informações dos próprios funcionários do órgão indigenista, a licença prévia para a obra foi autorizada pelo Ibama sem nenhum estudo prévio, e a licença para instalação foi dada pela gestão anterior da Funai sem levar em conta estudos produzidos.
Fica claro que houve negligência da Funai e do Ministério da Integração Nacional, no intuito de apressar a obra. Além do Relatório Etnoecológico da Terra Indígena Truká, feito em 2005, há uma ata de reunião realizada em março de 2007 na qual, mais uma vez, frente aos técnicos da Funai e do Ministério da Integração, os Truká deixaram claro que aquela terra é de ocupação tradicional.
O Cimi avalia que o fato de ninguém da Funai negar conhecimento do pleito indígena evidencia a má fé do governo Federal em relação ao local de inicio das obras. Isso já é suficiente para tornar nulo o decreto de desapropriação e demandar ação judicial contra os responsáveis.
Para atender a reivindicação dos Truká, a Funai comprometeu-se, durante a reunião desta quarta-feira, a enviar antropólogo para a área.
(
Cimi, 04/07/2007)