(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
biocombustíveis
2007-07-05
Com a conferência internacional de biocombustíveis que realiza nesta quinta e sexta-feira, em Bruxelas, a União Européia volta a dar sinais de que o Brasil poderá ter um papel importante em sua nova política energética, que aposta em etanol e biodiesel para reduzir a dependência do petróleo e as emissões de gases de efeito estufa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o convidado de honra do evento, que tem por objetivo debater o estabelecimento de um comércio internacional e de políticas de incentivo à produção sustentável de biocombustíveis.

“O Brasil é importante pelo que nos pode vender e porque pode nos ensinar como fazê-lo”, afirmou à BBC Brasil o porta-voz europeu de Energia, Ferran Tarradellas. Em março passado, a União Européia estabeleceu que até 2020 os biocombustíveis deverão representar pelo menos 10% de todo o combustível consumido pelo setor de transporte europeu.

A meta é considerada ambiciosa pelo próprio bloco. Em 2006, 1,6% dos combustíveis consumidos pelo setor de transporte europeu foi de fonte biológica, ainda abaixo do mínimo de 2% que havia sido estabelecido para 2005.
Bruxelas não tem estimativas da quantidade de biocombustíveis que seria necessária para que a nova meta seja alcançada.

Segundo Tarradellas, a Europa deverá utilizar mais biodiesel, já que o bloco é o maior produtor mundial desse combustível e possui ampla tecnologia automotiva para diesel. “Toda a tecnologia para diesel pode ser utilizada com o biodiesel. Já para o etanol temos que começar do zero.”

Brasil
Entretanto, a comissária européia de Agricultura, Mariann Fischer Boel, já admitiu que, nas melhores condições, a indústria européia seria capaz de atender entre 70% e 90% da demanda, com sua produção própria de biodiesel e também de etanol, que, na Europa, é produzido a partir de beterraba e cereais.

O restante, de 10% a 30%, teria de ser importado. É aí que o Brasil, maior produtor mundial de etanol, teria vantagens.

Nenhum diplomata brasileiro ou europeu se atreve a especular que participação os produtores brasileiros poderão ter nesse novo cenário, mas Tarradellas disse que o Brasil certamente ficará com uma fatia "importante" do bolo devido à grande competitividade de seu etanol.

De acordo com os números mais recentes, entre 2002 e 2004, 25% do biocombustível importado pela União Européia saiu do Brasil (cerca de 9.376 hectalitros). O Brasil, junto com o Mercosul, negocia ainda uma cota anual de 1 milhão de toneladas. A quantidade foi estabelecida em 2003 e não leva em consideração a meta européia de consumo para 2020.

Segundo cálculos da Missão do Brasil para a União Européia, o etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil é rentável com o barril do petróleo cotado a partir de 30 dólares. O etanol europeu precisa que o barril do petróleo custe entre US$ 76 e US$ 102 para ser rentável, de acordo com dados da Comissão Européia, o órgão Executivo da União Européia.

Um estudo da Comissão Européia também indica que os biocombustíveis brasileiros são capazes de reduzir em 90% a emissão de gases de efeito estufa, enquanto que a redução proporcionada pelos europeus é de entre 35% e 50%. O grande obstáculo brasileiro é vencer a barreira tarifária imposta por Bruxelas: atualmente, a tarifa de importação é de 19,2 euros por hectalitro.

Ajudas
A Comissão Européia também lança mão de uma série de incentivos para fomentar a produção européia e tornar seu biocombustível mais competitivo. Desde 2004, os agricultores interessados em cultivar matéria-prima para a produção de combustíveis biológicos recebem um financiamento de 45 euros por hectare plantado.

A ajuda, limitada a 2 milhões de hectares em toda a União Européia, beneficiou um total de 1,3 milhão de hectares em 2006. Em nível nacional, os países membros podem destinar fundos para cobrir até 50% dos custos para o estabelecimento desse tipo de cultivo.

Alguns ainda adotaram medidas para obrigar os fornecedores a adicionar uma quantidade mínima de etanol ou biodiesel aos combustíveis que vendem. Mas a Comissão Européia ressalta que o resultado não está sendo positivo para todos.

Na Áustria, a participação dos biocombustíveis no mercado passou de menos de 0,2% a 3,2% entre o primeiro e o último trimestre de 2005. Ao mesmo tempo, na França, a maioria dos fornecedores preferiu pagar mais impostos para não ter que fazer a mistura, e a meta de 2% de uso de biocombustíveis não foi alcançada. 

(BBC Brasil / Estado de Minas, 05/07/2007)

 
 

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -