O presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, disse que a produção industrial brasileira tem perdido competitividade no mercado internacional em razão dos aumento dos custos com energia. Em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o custo da energia na indústria, Gerdau lembrou que a tarifa cobrada do consumidor industrial aumentou 150% entre 2001 e 2006. No mesmo período, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou apenas 50%.
Um dos motivos desse aumento, segundo Gerdau, foi a criação de dez novos encargos, além dos tributos normais. Um exemplo é a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), destinada em parte à construção de gasodutos.
O empresário afirmou que o controle da tributação é necessário para evitar a "exportação de impostos" - transferência da carga tributária cobrada no Brasil para os produtos brasileiros vendidos no exterior. Em sua avaliação, a atividade de produção de energia é viável e não precisa da ajuda de mais encargos governamentais. Gerdau também defendeu a tributação sobre valor agregado para evitar a incidência dos impostos em várias fases da produção, ou seja, em cascata.
Licenciamento ambientalOutra crítica do empresário foi em relação à demora na emissão de licenças ambientais prévias. Nos últimos dez anos, segundo ele, essa emissão, que deveria demorar um ano, tem levado mais de três anos, em média.
Gerdau também condenou os leilões de energia nova com mais participação de termelétricas, pois "é uma energia ainda mais cara e poluente". Segundo ele, é preciso reafirmar a vocação hidrelétrica do País.
A audiência prossegue no plenário 14. O evento é promovido pelas comissões de Minas e Energia; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e pela Frente Parlamentar em Defesa da Infra-Estrutura Nacional.
(Por Sílvia Mugnatto,
Agência Câmara, 04/07/2007)