Já
está funcionando o Trem Ambiental, que circula nas segundas e
quintas-feiras, depois do encerramento da operação comercial, para
recolher o lixo das estações do Metrô, que é entregue depois às
prefeituras, que o distribuem às cooperativas de reciclagem conveniadas.
A Trensurb foi a primeira empresa estatal do Rio Grande do Sul a
procurar as prefeituras de Porto Alegre e de São Leopoldo para se adequar
ao Decreto Federal 5.940/06, que institui a separação dos resíduos
recicláveis dos órgãos e entidades da administração pública federal e a
sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais
recicláveis.
O
mês de junho marcou o início da Campanha de Coleta Seletiva de Lixo nas
dependências da Trensurb e nas 17 estações do Metrô gaúcho - que atende
diretamente cinco municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre -
para contribuir com a preservação do meio ambiente. A Campanha Trem
Ambiental foi desenvolvida pelo Grupo de Gestão Ambiental da empresa.
Segundo o coordenador do Grupo, Dirceu Nunes, para que esse trabalho
tenha seqüência e atinja os propósitos desejados, é necessária a
colaboração dos funcionários e dos cerca de 160 mil usuários/dia do
Metrô. O lixo deve ser colocado na lixeira adequada. "Identificamos
todas as lixeiras das estações e da empresa. É possível encontrar local
para colocar os lixos seco, orgânico e papéis. Contamos com a
colaboração das pessoas", comenta Dirceu.
A coleta ocorre duas vezes por semana, nas segundas e
quintas-feiras, no término da operação comercial, por volta da
meia-noite. O Trem Ambiental passa pelas estações dos municípios de
Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia e São Leopoldo, recolhendo o lixo
seco acumulado e separado corretamente. O material é encaminhado para
um galpão de resíduos, no pátio da Trensurb, e após é recolhido pelo
Departamento de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), que tem a tarefa
de repassar o lixo para cooperativas de reciclagem conveniadas com a
Trensurb.
Nas Estações São Leopoldo, Unisinos, Esteio e Luiz Pasteur, as secretarias do Meio Ambiente de São Leopoldo e Esteio se encarregam de
fazer a coleta. A Trensurb se associou ao Programa Socioambiental
dessas prefeituras, visando a geração de trabalho e renda e a redução dos
impactos ambientais, através da reciclagem de materiais.
Para que a
coleta seja reconhecida e aceita pelos usuários do metrô, o Grupo de
Gestão Ambiental está trabalhando a questão da conscientização por meio
de cartazes e mensagens sonoras nas estações e dentro dos trens. Em
breve, durante a viagem, entre uma estação e outra, os passageiros irão
ouvir frases como esta: "Senhores usuários, participem da Campanha da
Coleta Seletiva do Lixo. Colaborem!".
Mais de uma tonelada de lixo retirado das estações da Trensurb
foi recolhida na última sexta-feira, 29, pelo Departamento Municipal de Limpeza
Urbana (DMLU) e entregue no galpão de triagem da Unidade de Triagem da
Ilha Grande dos Marinheiros, integrante da Associação dos Catadores de
Materiais de Porto Alegre. O recolhimento do lixo foi feito pelo
caminhão da coleta seletiva do DMLU no galpão de armazenamento do
metrô, localizado entre as estações Aeroporto e Anchieta, em Porto
Alegre.
O coordenador do Grupo de Gestão Ambiental da Trensurb, Dirceu
Nunes Fernandes, acompanhou a entrega do lixo reciclável na sede da
associação, onde trabalhadores separam plástico, lata, papel e vidro,
trabalho que beneficia 28 famílias da ilha. "Do total entregue aqui
hoje, 900 quilos foram recolhidos do pátio da empresa e 193 das
estações da Trensurb em Porto Alegre", diz Dirceu. O material foi
recebido pelo presidente da associação, André Luciano Azevedo Cruz, 25,
que deixou de trabalhar de carroça há sete anos, dedicando-se à
associação, tendo sido eleito e reeleito presidente. Ele diz que,
quando assumiu "o galpão estava caindo aos pedaços, as pessoas
desanimadas, e o Ministério Público até tinha fechado devido ao perigo
de acidentes", mas "as pessoas apostaram no nosso trabalho e
conseguimos reerguer tudo e hoje temos até uma quadra de esportes".
André agradeceu a entrega e disse que "o trabalho aqui beneficia 28
famílias, e cada associado recebe um salário mínimo e um pouco mais por
mês. Nós controlamos e substituímos os integrantes que saem da
cooperativa, mas não deixamos aumentar o número de participantes para
que cada um possa ganhar um salário que dê para a família sobreviver. O
que cada um ganha varia a cada mês, pois depende do volume e da
qualidade do material que entra". André salienta que "agora, com o
valor do dólar baixo, a gente sempre ganha um pouco mais, pois quando o
dólar sobe, a matéria sempre fica mais cara".
A cooperativa trabalha com três prensas, duas doadas pelos
Irmãos Maristas e uma do convênio com a Prefeitura, que repassa
mensalmente R$ 2.500,00 para a compra de materiais e para pagar
despesas, como as de energia elétrica. Até o dia 28, a Trensurb já
tinha arrecadado 1.662 quilos de lixo reciclável nas estações, que,
somados a 900 quilos recolhidos do pátio da empresa, totalizam 2.562
quilos, entregues às cooperativas de catadores dos municípios por onde
passa o trem, através dos departamentos e secretarias de limpeza urbana
e meio ambiente.
(
Envolverde/Agência Social, 04/07/2007)