Fiscais do Escritório Regional do Ibama em Bagé descobriram e apreenderam madeira cortada ilegalmente da espécie Castanheira (Bertholletia excelsea) originária da região de Marabá, no Pará. Os 30.00 m3 da madeira, em forma de tábuas serradas, foram vendidos para uma casa de material de construção no município de Bagé que, por sua
vez, já havia comercializado quase todo o produto para o consumidor final, restando apenas
4.00 m3 no estoque de pátio.
Segundo o chefe do escritório do Ibama naquela cidade, Régis Fontana Pinto, a madeira foi descoberta durante operação de rotina do sistema DOF (Documento de Origem Florestal), quando a empresa de Bagé tentava
regularizar o seu cadastro junto ao sistema eletrônico. Os fiscais desconfiaram do nome popular de uma das espécies declaradas no estoque.
Régis informa que o Boranji, também chamado de Buranjica e outras
variações parecidas, têm sido muito utilizado pelos madeireiros que atuam de forma ilegal no norte do país para enganar a fiscalização dos órgãos ambientais e os compradores, que geralmente não conhecem a madeira que estão comprando. Segundo ele, nestes casos, geralmente os
consumidores acham que estão comprando uma madeira legal e não uma madeira imune ao corte, protegida por lei.
Após constarem a irregularidade, os fiscais do Ibama autuaram ontem (04/07) o dono da casa de material de construção em R$
3.000,00 por ter recebido o produto e o dono da madeireira no Pará em R$ 15.000,00 por tê-lo comercializado. Eles irão responder na Justiça por crime ambiental.
Desde dezembro de 2006 foram apreendidas em Bagé três cargas de
castanheira oriundas do norte do país e aplicados seis autos de infração (para os infratores aqui no Estado e no Pará).
(Por Maria Helena Firmbach Annes, Ibama, 04/07/2007)