Há uma extensa zona de sombra no episódio dos avais supostamente concedidos por diretores da CGTEE para a tomada de empréstimos no valor de 200 milhões de euros no banco alemão KFW por empresas interessadas em construir usinas de biomassa. O comportamento errático da direção da CGTEE reforça a suspeita de irregularidades que precisam ser esclarecidas em nome da probidade administrativa.
Primeiro, a CGTEE demitiu o diretor técnico e de meio ambiente Carlos Marcelo Cecin, que assinou documentos usados pelas empresas para obter financiamentos externos, nos quais a estatal figurou como garantidora da operação. Depois, a diretoria fechou-se num mutismo inexplicável, recusando-se a responder aos insistentes questionamentos da repórter Marciele Brum, que revelou as suspeitas de fraude.
Na terça-feira (03/07), a CGTEE anunciou enfim que vai entrar na Justiça com uma ação declaratória de nulidade das garantias que teriam sido dadas irregularmente em 12 contratos. A empresa constatou até falsificação da assinatura de Cecin e de outro diretor, o ex-vereador Clovis Ilgenfritz da Silva.
Um diretor sozinho não teria poder para conceder aval em nome da CGTEE, nem a empresa poderia dar garantias a empresas privadas sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. O diretor demitido evita dar entrevistas, mas em conversa com amigos se define como "bode expiatório".
(Por Rosane de Oliveira,
ZH, 04/07/2007)