Moradores do bairro Fião, em São Leopoldo, estão preocupados com o aparecimento de uma substância com aspecto de óleo na rede de esgoto em uma das ruas da localidade. Exatamente em frente a um centro automotivo que, entre outras coisas, trabalha com lavagem de carros e troca de óleo, uma tampa do esgoto já
apresenta cor bastante escura. No interior, uma substância que se assemelha a óleo de carros. A gerência do estabelecimento nega ser responsável pelo problema.
Segundo o vice-presidente da Associação dos Moradores do Cristo Rei, Dario Luiz da Silva, que passa diariamente pelo local, é possível perceber que o óleo flutua pelo encanamento constantemente. O morador afirma ainda que já viu o líquido transbordar pela tampa. “É preciso saber o que é feito desse óleo retirado dos carros.”
O estabelecimento nega qualquer relação com o problema. De acordo com a proprietária, Luciane Closs Fraga, o óleo retirado dos carros é recolhido por um caminhão autorizado. A água vinda da lavagem dos veículos também recebe cuidados, segundo Luciane. “Temos um separador. A água não chega a ir para o esgoto.”
Mesmo assim, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmam) foi ao local, na tarde de terça-feira (03/07), verificar a denúncia dos moradores. O local foi vistoriado e nenhuma irregularidade no sistema de recolhimento do material foi detectada. Contudo, a Semmam emitiu uma intimação para que a empresa apresente notas de destinação do óleo retirado durante as trocas, documentos, alvarás e licença ambiental para atuar na área.
Caso a empresa não possua a licença, a Semmam determinou que seja encaminhado um pedido. Os técnicos da Secretaria prometem voltar ao local para verificar os documentos e as condições da rede de esgoto na rua em frente ao estabelecimento. “Caso haja óleo no esgoto, serão encontrados resíduos”, afirma o coordenador de fiscalização ambiental da Semmam, Joel Garcia Dias.
Segundo Dias, o despejo de óleo de carros na rede de esgoto “causa um dano muito grande. Cada litro de óleo contamina cerca de dez mil litros de água.” Além disso, o líquido, por ser viscoso, obstrui a rede de esgoto, retendo outros resíduos, e dificulta os procedimentos de tratamento de água, elevando o preço final pago pela população. A substância forma ainda uma película na superfície da água que, segundo Dias, prejudica muito o ecossistema.
A multa para quem realiza o lançamento de efluentes no esgoto sem tratamento varia de R$ 875,00 a R$ 8.850,00, de acordo com a intensidade e a gravidade da situação.
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VS, 04/07/2007)