O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o alemão Achim Steiner, elogiou a "revolução energética" que acontece em Cuba desde 2005, mas disse não é necessariamente um modelo que se possa aplicar a outros países. "Cuba pode se orgulhar por ter resolvido a crise energética em curto prazo e por manter um forte e claro compromisso com o uso das fontes renováveis de energia", disse Steiner numa entrevista coletiva, na abertura da VI Convenção Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que acontece até sexta-feira (06/07) no Palácio das Convenções.
O diretor-executivo do PNUMA ressaltou que o programa parabeniza "os esforços de Cuba e os avanços que teve para responder" à crise energética que a afetou em 2004. Mas Steiner destacou que "seria completamente errado, com uma visita de apenas dois ou três dias, afirmar que Cuba pudesse se constituir em modelo para outras nações". Há dois anos, Fidel Castro deu início a um programa de mudanças no setor energético, destinadas a tornar o sistema menos vulnerável e o país menos dependente das importações de petróleo, projetando uma economia de um bilhão de dólares anuais.
O plano contempla a substituição das caras e antiquadas termoelétricas por sistemas de grupos geradores de energia, de instalação rápida e barata, assim como a restauração das linhas de transmissão. Além disso, inclui a substituição de milhões de lâmpadas incandescentes e eletrodomésticos de alto consumo de energia por novos aparelhos mais eficientes, assim como o estudo e o aproveitamento das energias solar e eólica. Sobre os artigos que circularam na imprensa nos quais Fidel teria alertado sobre as "nefastas conseqüências" que a produção de biocombustíveis acarretaria para a segurança alimentar mundial, Steiner lembrou que "toda nova tecnologia traz tanto riscos como oportunidades".
(AFP, 04/07/2007)