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Live Earth
2007-07-05

Os shows do Live Earth marcados para o sábado (07/07), que visam incentivar ações de combate ao aquecimento global, precisam primeiro enfrentar outro risco ambiental: as montanhas de lixo e as milhares de toneladas de gases causadores do efeito estufa resultantes dos próprios eventos. - Queremos fixar um novo padrão global para o tratamento do lixo e da reciclagem - disse John Rego, assessor ambiental dos oito concertos que acontecerão entre Sydney e Nova York, organizados por um grupo liderado pelo ex-vice-presidente americano Al Gore. - O Live Earth precisa dar seu exemplo - disse Rego. - E limpar sua própria sujeira para convencer as pessoas a mudar seus estilos de vida.

Por isso, toda a eletricidade usada para alimentar os concertos virá de fontes renováveis, como o biodiesel. Os gases poluentes emitidos pelos aviões em que viajam os artistas ou pelo transporte do público serão contrabalançados por investimentos em energia renovável e na salvaguarda de florestas. Os materiais usados nos shows não vão desaparecer depois de astros como Madonna, Shakira e Bon Jovi terem deixado o palco. Pneus e barris de óleo usados no evento de Nova York serão reutilizados, e algumas das placas de Johannesburgo serão usadas como telhas de casas.

Para reduzir o uso de plástico, as caixas dos hambúrgueres em Londres serão feitas de amido comestível. Os ingressos para o concerto em Hamburgo vão incluir uma taxa de 0,3 euro para a absorção de gases poluentes. E, em Sydney, os ingressos dão direito a passagens gratuitas nos transportes públicos. - O objetivo do Live Earth é levar milhões de pessoas a se comprometerem a fazer algumas modificações pequenas em suas vidas e exigir mudanças de governos e empresas - disse Rego.

A maior operação de limpeza talvez aconteça no Rio de Janeiro, após os shows gratuitos que podem atrair 1 milhão de pessoas para a praia de Copacabana. O evento brasileiro, no entanto, pode ser cancelado por motivos de segurança, após uma liminar do Ministério Público do Estado. A prefeitura ainda pode reverter a situação. Tóquio e Xangai também terão concertos, ao lado de Sydney, Johannesburgo, Hamburgo, Londres e Nova York. No Rio, 200 pessoas vão distribuir saquinhos para incentivar o público a levar latas de cerveja, plásticos e outros tipos de lixo para casa. Os catadores de papelão e ferro-velho do Rio receberão pagamento extra para ajudar.

Estudos feitos pela ONU este ano prevêem cada vez mais secas, ondas de calor, enchentes, elevação nos níveis do mar e disseminação de doenças em consequência do aquecimento global. Grandes eventos, desde conferências da ONU até desfiles de moda, vêm procurando tornar-se mais 'verdes'. Em 2003, por exemplo, os Rolling Stones acrescentaram aos ingressos de seus shows uma taxa para a limpeza dos gases poluentes. A Copa do Mundo e o Super Bowl, nos EUA, também vêm tentando contrabalançar suas emissões de gases.

Mas muitos deixam a desejar. A Cúpula da Terra promovida pela ONU em Johannesburgo em 2002 conseguiu contrabalançar apenas uma parte muito pequena de suas emissões, segundo um plano voluntário. Mesmo o Live Earth age com alguma cautela. Suas diretrizes verdes dizem, por exemplo, que os transportes terrestres de seu pessoal serão feitos em veículos de combustível híbrido ou de alta eficiência 'quando possível'. Na maioria dos concertos, mais da metade dos gases poluentes é emitida pelas milhares de pessoas que se deslocam até os locais dos shows em ônibus, trens, metrô ou carros. Esses totais só podem ser estimados.

- É um dilema do Live Earth -- para poupar carbono, precisa criar carbono - disse Michael Buick, porta-voz do Climate Care, grupo que ajuda investimentos em energia limpa para contrabalançar os gases causadores do efeito estufa. Rego disse que cada um dos eventos do Live Earth se propõe a produzir um quarto a menos de gases poluentes do que as 3.000-4.000 toneladas produzidas por eventos comparáveis no passado. Quatro mil toneladas é mais ou menos o equivalente às emissões anuais de 200 pessoas nos Estados Unidos ou 800 na China.
(Reuters, 04/07/2007)


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