A China vai desenvolver novas plantações de cana-de-açúcar, sorgo doce, mandioca e couve-nabiça, que produzirão biomassa para atender à crescente demanda de etanol no país, segundo um plano do Ministério da Agricultura divulgado nesta quarta-feira (4/07). "Até 2010, a produção total de biomassa será equivalente a 500 milhões de toneladas de carvão, fornecendo 24% da energia consumida no país", de acordo com o projeto. O plano descarta a expansão de produção de etanol a partir de cereais, sobretudo milho, a fim de evitar prejuízos ao setor alimentício.
Em 2006, a China foi o terceiro maior produtor de etanol do mundo, atrás do Brasil e dos Estados Unidos. As quatro usinas existentes atualmente nas províncias de Heilongjiang, Jilin, Anhui e Henan produzem álcool principalmente a partir de milho. No entanto, a alta dos preços do milho e o temor de um possível déficit para o setor alimentício levaram Pequim a repensar a sua estratégia de produção de biocombustível, descartando o uso de cereais.
Segundo o jornal "China Daily", os especialistas chineses consideram que o sorgo doce é a melhor fonte para produzir etanol devido a seu baixo custo. Além disso, ele pode ser produzido em terra não cultiváveis, num país onde só 13% do terreno são férteis. O plano prevê produzir 3,8 milhões de toneladas de biocombustível a partir do sorgo. A proporção de milho utilizada na elaboração de etanol cairá de 90% para 70% em 2009, disse Cao Zhi, analista de mercado. A China deve produzir 6 milhões de toneladas de etanol em 2010 e 15 milhões em 2020.
(G1, 04/07/2007)