A Petrobras está testando no Rio Grande do Sul um modelo de produção de etanol em pequenas destilarias de cooperativas agrícolas. A estatal ainda aguarda o resultado de uma avaliação do custo do novo modelo, previsto para o fim do ano, mas a intenção é levar o projeto para outras regiões do País.
"Esse novo modelo permite justamente combater a crítica que muita gente vem fazendo, de que a produção de álcool gera uma competição: ou alimento, ou energia. A idéia do projeto é mostrar a viabilidade da produção consorciada, em que um ajuda a viabilizar o outro", declarou o gerente-executivo de Desenvolvimento Energético da Petrobrás, Mozart Queiroz.
Segundo ele, o desafio é chegar a um modelo em que o agricultor não fique dependente de um único produto. O modelo em teste possui nove micro destilarias com capacidade de produzir, cada uma, 500 litros de etanol semi-acabado por dia. Toda a produção é transportada para uma unidade retificadora central, com capacidade de 5 mil litros por dia. A montagem ainda não foi concluída porque, segundo Queiroz, há um "probleminha de licença ambiental" para a instalação da unidade retificadora.
"A questão é que vai se esgotar aquela maravilha de terra adequada que existe hoje no Sudeste. A idéia é ter um modelo que seja uma opção para pequenas regiões que tenham potencial para produção de cana. Hoje, para montar uma usina, tem que ter uma área enorme, e a realidade das grandes usinas é que vira praticamente monocultura." E o custo, será mais baixo? "Essa é a pergunta cuja resposta vou ter no final. De qualquer maneira, eu digo que ajudaria na idéia do consórcio de produção de alimento e energia, a utilizar a terra para as duas coisas. E por ser calcado não em mão-de-obra esporádica, com migrações e queimadas, mas sim apoiado na agricultura familiar", avaliou o gerente da Petrobrás. "A idéia é ter os primeiros resultados da avaliação econômica até o fim do ano."
(Por Felipe Werneck,
Agência Estado, 03/07/2007)