A maioria dos manifestantes que continuam acampados em Cabrobó (PE) como forma de protesto contra a transposição do Rio São Francisco é formada por índios da tribo Truká, que reivindicam a área como terra indígena. De acordo com a assessoria de imprensa do movimento, atualmente há cerca de 700 pessoas no local, o que representa menos da metade do total de manifestantes que o movimento já reuniu.
Estava prevista para esta terça-feira (03/07) a chegada de uma caravana com cerca de 100 pessoas do Ceará e, até o fim da semana, devem chegar a Cabrobó mais manifestantes de outros estados.
O grupo garante que ainda não recebeu notificação sobre a a ação de reintegração de posse ordenada pelo juiz federal Georgius Luís Argentini Principe Credidio, da 20ª Vara Federal de Salgueiro (PE), na última sexta-feira (29/06). Segundo eles, também não há policiais no local buscando diálogo com o grupo, conforme informou a assessoria de imprensa da Superintendência Regional da Polícia Federal de Pernambuco.
Segundo Derli Casali, do Movimento dos Pequenos Agricultores, a idéia do grupo é chegar a um entendimento por meio do diálogo, tentando convencer o governo de que o projeto de integração proposto não atende aos interesses do povo nordestino. “Se essa mediação não for aceita, a nossa idéia é sair, nós não vamos para o confronto, mas nós vamos acampar e continuar a luta próximo dali. O acampamento não vai parar, não”, afirma.
A assessoria de imprensa dos manifestantes informa ainda que o grupo só irá definir a atuação depois que receber a notificação judicial de reintegração de posse. A idéia inicial é permanecer na área, mantendo o caráter pacífico da ocupação.
Na segunda-feira (02/07), um helicóptero da polícia sobrevoou o local. Também foi construída uma praça no centro do acampamento.
(Por Sabrina Craide,
Agência Brasil, 03/07/2007)