A BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, anunciou que vai suspender a compra de álcool combustível da empresa Pagrisa, do grupo Pará Pastoril Agrícola S. A. O Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo encontrou, na semana passada, 1,1 mil trabalhadores em condições análogas à de escravidão em uma fazenda da Pagrisa em Ulianópolis, distante 250 quilômetros de Belém.
Em nota, a BR informa que não compra biocombustível de empresas que utilizam trabalhadores em condições análogas à de escravidão e “inclui em todo os seus contratos cláusulas na qual os fornecedores se comprometem a não utilizar mão-de-obra nestas condições”. A companhia acrescentou que o nome da Pagrisa não consta até esta terça-feira (03/07) no cadastro de empresas autuadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, chamada “lista suja”. Por isso, “ainda figura como fornecedora da BR”.
A "lista suja" é um cadastro de empresas e fazendas que já foram autuadas e flagradas por grupos de fiscalização. Atualmente, essa lista impede que haja financiamentos públicos para essas empresas. Paralelamente, a sociedade e o governo tem adotado estratégias para firmar pactos para as empresas não comprarem produtos da cadeia produtiva do trabalho escravo.
Ou seja, isso significa que empresas que não compram produtos destas fazendas ajudam a pressionar pelo fim do trabalho escravo, pois a decisão gera perda de lucros dos proprietários escravocratas.
(Por Isabela Vieira, Agência Brasil, 04/07/2007)