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extinção de espécies
2007-07-04

O degelo nas regiões polares (Antárctida, no Sul, e Ártico, no Norte) é um fenómeno cada vez mais evidente e preocupante. As consequências serão devastadores e, segundo os cientistas, far-se-ão sentir em todo Mundo. Os gelos glaciares estão a desaparecer por acção do aquecimento global.

Os relatórios sobre o impacto do aquecimento global nestas regiões são alarmantes. Investigadores de mais de 200 países apresentaram, em 2004, um estudo exaustivo sobre as alterações climáticas verificadas no Ártico, alertando para a extinção de várias espécies como os ursos polares ou as focas árcticas até ao final de 2100. Mas não é só a vida animal que sofrerá com este fenómeno. Os países mais próximos das regiões polares, como a Gronelândia, a Islândia, a Suécia, a Finlândia ou a Rússia, têm de começar já a preparar o futuro de forma a atenuarem os efeitos.

No relatório – Artic Climate Impact Assessment (ACIA) – os investigadores prevêem que mais de quatro milhões de pessoas serão afectadas pelo degelo dos glaciares polares. As investigações apontam para que se registe uma subida na temperatura média anual na ordem dos sete graus centígrados, podendo deixar de existir valores negativos nessas regiões. Entre 1954 e 2003 as temperaturas oscilavam entre os -3 e os 4 graus centígrados. As previsões estimam agora valores entre os zero e os 12 graus.

Se as alterações introduzidas no ambiente são negativas, o impacto na economia e na vida das populações não será melhor. Teme-se, por exemplo, que a Rússia e o Canadá venham a sofrer derrocadas de edifícios devido ao degelo das camadas existentes no subsolo. Na Sibéria já é possível ver-se as consequências dessa fusão em algumas construções.

'CONTINENTES' À DERIVA
Imagens recentes da NASA mostram que são cada vez mais os pedaços de gelo à deriva no oceano. Na Antárctida, a agência espacial norte-americana identificou, em 2002, um bloco de gelo com cerca de 85 quilómetros de diâmetro. Três anos mais tarde, no Canadá, a NASA registou um iceberg com cerca de 50 quilómetros. Os cientistas temem que este fenómeno venha a ser cada vez mais frequente.

Uma das personalidades mais activa na sensibilização da Humanidade para os problemas do aquecimento global é Al Gore. O ex-vice presidente dos Estados Unidos, com o livro e posterior filme ‘Uma Verdade Inconveniente’, traça um cenário negro para os próximos anos, caso os países mais industrializados mantenham as actuais taxas de emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. Com base nos mais recentes estudos, Al Gore voltou a chamar à atenção para o aquecimento global: “Se parte da Gronelândia derreter o efeito sobre Manhattan será pior do que os ataques de 11 de Setembro”. O alerta está dado.

"SITUAÇÃO AGRAVOU-SE NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS" (Filipe Duarte Santos, especialista em alterações climáticas)

- CM – A que ritmo está a verificar-se o degelo na Antárctida?

- Filipe Duarte Santos – É difícil quantificar, mas a situação agravou-se nos últimos dez anos, período em que se tem verificado um maior desprendimento dos glaciares. A zona ocidental é mais instável nesse aspecto. Na Gronelândia, por exemplo, a área de gelo, que durante o Verão se funde, aumentou 16 por cento desde 1979.

- De que forma Portugal pode ser afectado?

- Para já não há um efeito directo sobre o nosso país. A fusão do gelo, que está acima do nível do mar, provoca um aumento do nível do mar, mas essa fusão não é a principal causa para essa subida.

- O que pode ser feito para contrariar o fenómeno do degelo?

- A fusão do gelos glaciares é uma consequência do aquecimento global. Assim, tudo o que seja diminuir a emissão de CO2 e poupança de energia é positivo para nós e para o Planeta.

"ABISMO FOI CRESCENDO" (Sérgio Godinho, músico que actua a 7 de Julho na iniciativa Live Earth no Pavilhão Atlântico, em Lisboa)

- Quando despertou para as questões ambientais?

- Sérgio Godinho – Não se falava em ecologia ou problemas ambientais quando eu andava na escola. Lá íamos, cantando e rindo, a caminho do abismo. Ele foi crescendo, como o buraco do ozono.

- Quais as questões que mais o preocupam?

- A falta de esforços concertados, sobretudo pelo egoísmo norte-americano. A fuga de Bush ao protocolo de Quioto foi um passo gravíssimo que atrasou perigosamente a salvação de uma só terra.

- De quem é a culpa?

- Os grandes interesses económicos falam muito alto e mandam geralmente na política. Mas convém que cada um de nós faça parte de uma voz comum, que fale mais alto ainda.

- Pode a música sensibilizar as pessoas para estes problemas?

- A música pode sensibilizar para coisas boas e coisas más. Veja-se os hinos que mandam homens para a guerra. No caso do Live Earth é mais um alerta. E isso é bom, já de si.

 - Vai levar algum discurso preparado?

- O estar presente é a primeira das mensagens. O resto logo se vê.

TRÊS MEDIDAS PARA SALVAR O PLANETA 

PRIMEIRA
Introdução no sistema educativo de uma disciplina relativa à defesa ambiental desde o ensino infantil. Sensibilizar todas as pessoas, desde quase o berço, para a necessidade de proteger o nosso Planeta que está em perigo

SEGUNDA
Campanhas contra o desperdício dos recursos utilizados no quotidiano das pessoas. A soma de todos os pequenos contributos, de cada um de nós, significa um avanço brutal na poupança dos recursos

TERCEIRA
Repressão e penalização das actividades altamente poluentes. Em simultâneo, deveria haver maior investimento público na investigação de energias alternativas e mais rentáveis para substituir os combustíveis fósseis.
(Por André Pereira e Miguel Azevedo, Correio da Manhã, 03/07/2007)



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