Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) reencontraram, após quase 30 anos, o peixe Anthias salmopunctatus no arquipélago de São Pedro e São Paulo (PE). A localização de exemplares da espécie, que tem somente 6 centímetros de comprimento e possui escamas amarelo-alaranjadas, foi descrita em artigo publicado na revista científica "Journal of Fish Biology". Anthias salmopunctatus só havia sido localizado uma vez, em 1979, quando os primeiros exemplares foram coletados e a espécie foi descrita.
Os pesquisadores declararam, em entrevista ao site G1, que o peixe pode ser uma das espécies marinhas mais raras e ameaçadas do planeta. Por isso, a idéia é acompanhar a população de A. salmopunctatus para estimar seu número e, se for o caso, classificá-lo em um nível mais grave de risco, já que, tanto na lista da IUCN (União Mundial para a Natureza, 2006), quanto na Lista Brasileira da Fauna Ameaçada de Extinção (Machado et al., 2005), este peixe está classificado na categoria Vulnerável.
Anthias salmopunctatus parece viver exclusivamente em grupos de 5 a 10 indivíduos, próximos a fendas de um paredão vertical submerso, deslocando-se somente quando se mistura a cardumes de uma outra espécie de peixe (Chromis multilineata), a profundidades que vão de 35 m a 55 m. Por isso, os pesquisadores suspeitam que A. salmopunctatus esteja usando o chamado mimetismo social, no qual um animal se aproveita do grande número de espécimes presente em um grupo para mesclar-se, discretamente, a ele.
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Envolverde/Fundação Biodiversitas, 03/07/2007)