A informação é do professor Evandro Ferreira, Pesquisador do Inpa-Ac e do Parque Zoobotânico da Ufac e Mestre em Botânica no Lehman College, New York, Doutor em Botânica Sistemática pela Universidade de Nova Iorque e Museu de Botânica de Nova Iorque. Segundo seu relato, o Rio Acre está com níveis perigosamente baixos para essa época do ano e no dia 28, quinta-feira, teve o seu segundo nível mais baixo da história nessa época do ano.
Evandro Ferreira tem um blog na internet e nele escreveu ontem que, segundo dados publicados na página do Grupo de Trabalho sobre Queimadas (GTP-queimadas), na quinta-feira, "o nível do Rio Acre encontrava-se abaixo da medida registrada no mesmo dia do ano passado e se aproximando dos níveis críticos registrados em 2005".
Em 2005, o Acre e a Amazônia sofreram um dos períodos mais críticos de seca da história recente da Amazônia. Vários rios secaram, principalmente no Amazonas e o Rio Acre chegou a um de seus piores índices.
Ferreira diz que, considerando as previsões de que não ocorrerão chuvas nos próximos dias, "o problema de abastecimento de água na cidade vão se iniciar mais cedo do que se previa. Logo muitos poços de abastecimento residencial estarão secos."
O que talvez o professor não saiba é que o problema de abastecimento de água da cidade já começou desde o início de junho. Em vários bairros a escassez de água do Saerb já é uma realidade, e a empresa justifica o desabastecimento, segundo seu presidente, Gabriel Maia, exatamente pelos baixos níveis do rio, principal fonte de água da capital. Além disso, em vários bairros, também, os poços já secaram, agravando ainda mais a situação.
Segundo Evandro Ferreira, o que preocupa, quando se observa o gráfico do nível das águas entre 2000 e 2007, é que embora o rio tenha apresentado uma elevação de nível acima do normal em meados e no final do mês de maio (incomum nos últimos anos), este caiu rapidamente e no final de junho está tão baixo quanto nos piores anos da história (2005 e 2006).
"Ainda é cedo para prever uma seca excepcional, mas os números indicam isso".
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A Tribuna / Amazonia.org, 01/07/2007)