A conferência da ONU sobre mudança climática chegou este sábado, em Marrakech (Marrocos), a um acordo sobre as modalidades de aplicação do Protocolo de Kyoto sobre a redução de gases de efeito estufo. A adoção dessas regras, negociadas desde 1997, abre caminho para ratificação do protocolo e sua entrada em vigor. -A entrada em vigor do protocolo agora é irreversível estimou o secretário belga da Energia e Meio Ambiente, Olivier Deleuze, em nome da presidência da União Européia. Os ministros e representantes de 167 países que assistiram a este foro adotaram, além disso, por consenso, em sessão plenária, uma cláusula que aumenta para 33 milhões de toneladas a cota de poços (armazenamento dos gases com efeito estufa mediante os arvoredos e as terras cultivadas) atribuída à Rússia. Essa exigência russa bloqueou durante três dias as negociações sobre as modalidades de aplicação do Protocolo de Kyoto. O chefe da delegação russa, Alexandre Bedritsky, anunciou, no entanto, depois da sessão, que seu país estava disposto a ratificar o protocolo. Em compensação, a ministra japonesa do Meio Ambiente, Yoriko Kawaguchi, não quis prometer a ratificação de Kyoto por parte de seu país em sua intervenção na sessão plenária. Japão e Rússia são os dois países-chave para uma entrada em vigor do protocolo depois da recusa dada pelos Estados Unidos em março passado. Os Estados Unidos anunciaram então que não ratificariam o protocolo por considerá-lo muito caro e discriminatório em relação aos países industrializados, os únicos que, em um primeiro momento, têm a obrigação de reduzir suas emissões de gases poluentes. Kyoto impõe uma redução de 5,2% das emissões de gases de efeito estufa a 39 países industrializados entre 2008 e 2012. (Agência Folha)